EUZIANY TEODORO
DA REDAÇÃO
O promotor Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho, do Ministério Público do Estado (MPMT), manifestou em ação movida pelo ex-governador Pedro Taques (SD), no âmbito do processo sobre a “Grampolândia Pantaneira”, e negou que houve cerceamento de defesa, pedindo para que a Justiça siga com a ação contra o ex-gestor por improbidade administrativa.
Taques impetrou embargos de declaração alegando que não teve acesso a uma perícia feita no celular do tenente coronel PM Henrique Soares e, por isso, não teve a chance de montar a melhor defesa para o caso das escutas telefônicas ilegais.
A juíza Célia Regina Vidotti acatou o recurso e abriu prazo para o MPMT se manifestar sobre o destino da prova.
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Em sua manifestação, o promotor afirma que o conteúdo da perícia feita no celular do militar não tem qualquer relação com a “Grampolândia”. “No caso em testilha, salvo melhor juízo, tendo em vista que o documento solicitado pelo embargante em nada guarda relação com o objeto desta demanda cível, não há que se conjecturar cerceamento de defesa diante do não acesso a prova”, escreveu.
Ainda não há decisão judicial sobre o caso.
Grampolândia Pantaneira
São citados como réus no processo: Pedro Taques, o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, ex-comandando da PM, coronel Zaqueu Barbosa, e os militares Evandro Lesco, Airton Siqueira Júnior e Gerson Correa Junior.
Todos são acusados de participar do esquema que grampeou mais de 800 números telefônicos, entre políticos, jornalistas, advogados e empresários.
O esquema veio à tona na gestão de Pedro Taques, em 2017, mas as interceptações teriam começado em 2014, ainda no governo de Silval Barbosa. A interceptação foi autorizada judicialmente, através de fraude usada com a técnica chamada “barriga de aluguel”, quando pessoas que não têm qualquer ligação com outras investigações são grampeadas.
A investigação leva a crer que o principal beneficiário do esquema foi o então governador Pedro Taques, de acordo com o Ministério Público.