28 de Outubro de 2021, 13h:55 - A | A

Poderes / CRIMES FINANCEIROS

MPF investiga empresário cuiabano por suspeita de lavagem de dinheiro

Investigação foi aberta após nome do empresário Filadelfo dos Reis ter sido encontrado em lista apreendida em Operação da Lava Jato

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO



O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso decidiu manter aberta investigação contra o empresário cuiabano Filadelfo dos Reis Dias, suspeito de lavagem de capitais e crime contra a ordem tributária. A informação consta no Diário Oficial de quarta-feira (27).

Filadelfo é empresário conhecido do ramo da mineração e chegou a ser ouvido como colaborador da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal, movida na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Ele também já foi investigado na Operação Ararath e citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa.

De acordo com o MPF, a investigação inicial começou a partir de Relatório de Inteligência Financeira, que apontou a possibilidade dos crimes financeiros. Os documentos apontaram transações financeiras entre determinadas pessoas para evitar que os valores fossem alvos de bloqueios judiciais que existem contra quatro empresas.

O caso teria sido investigado na 21ª fase da Operação Lava Jato, que apurou esquema de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras. Entre os itens obtidos por meio de mandados de busca e apreensão em uma empresa frigorífica, para coleta de provas relacionadas à prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, foi encontrada uma lista chamada “Grupo B” na qual o nome de Filadelfo estava indicado.

O procurador da República responsável pela investigação pediu o arquivamento do caso, alegando que não haveriam provas mínimas que demonstrassem a prática dos crimes.

“Em verdade, as diligências empreendidas ao longo das apurações não apontaram indícios consistentes que pudessem levar a imputação a algum dos investigados de fato criminoso. A mera menção de que "o nome de F.D. teria sido encontrado casualmente em uma das listas do Grupo Bertin", quando do cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal no âmbito da 21ª fase da Operação Lava Jato, não tem o condão de evidenciar irregularidade das movimentações financeiras reportadas”, justificou.

O pedido de arquivamento ainda teve como justificativa o fato de que Filadelfo teria lastro financeiro para comprovar as movimentações identificadas pelo Coaf.

Contudo, a procuradora Luiza Cristina Fonseca Frischeisen foi contra o arquivamento. Ela apontou que somente seria possível o arquivamento se já estivessem esgotadas as diligências investigatórias ou que houvesse demonstração inequívoca de que o crime não ocorreu ou extintiva da punibilidade.

“Não é, contudo, o caso dos autos. Embora o RIF não aponte de forma concreta atos que, de imediato, possa indicar a prática de crime, verifica-se dos autos que não foram realizadas diligências capazes de elucidar os fatos, como a comunicação dos fatos à Receita Federal para esclarecimento a respeito da existência de procedimentos fiscais instaurados contra os representados. Além disso, o histórico trazido no RIF informa movimentação financeira de grandes valores, fato que merece esclarecimentos por parte dos investigados, que também não foram instados a se manifestar”, anotou.

Outro lado

A defesa de Filadelfo dos Reis Dias informa que não existe qualquer investigação em andamento referente à operação “lava jato”, perante à Justiça Federal do estado do Paraná, contra o empresário.

Informamos ainda que todas as medidas serão tomadas para averiguar o vazamento seletivo de informações, pois como a suposta denúncia não tem nenhuma relação com a realidade dos fatos, ficando evidente o caráter tendencioso das notícias. A defesa já está tomando as devidas providências para reparação.

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