CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) notificou, ainda nessa quarta-feira (19), os municípios mato-grossenses para que esclareçam a denúncia de que mais de 3 mil crianças foram vacinadas equivocadamente no Estado. No entanto, em nota, o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, não descarta a possibilidade de que os erros tenham acontecido.
A denúncia foi feita pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e foi divulgada nessa quarta-feira. Conforme levantamento da AGU, 57 mil crianças em todo o Brasil teriam sido vacinadas equivocadamente. Em Mato Grosso, o número teria sido de 3.533 crianças.
Entre as irregularidades citadas, há crianças com menos de 4 anos que teriam sido vacinadas, além de menores de 18 anos que teriam recebido a vacina errada. Atualmente, apenas as doses da Pfizer estão liberadas pela Anvisa para serem aplicadas neste público. Já a vacinação de crianças de 5 a 11 anos iniciou apenas na terça-feira (18) e deve ser feita com doses pediátricas da Pfizer, ou seja, também possui um imunizante específico.
Vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Gilberto Figueiredo encaminhou uma nota conjunta com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) na qual afirmam que a denúncia vai ser examinada de forma meticulosa, "haja vista que os sistemas de informação do Ministério da Saúde estão instáveis há mais de 30 dias".
A nota pondera que os sistemas de informação usados para alimentar dados do Sistema Único de Saúde (SUS) estão instáveis, e "longe de responder às necessidades", sugerindo que as irregularidades detectadas poderiam ser falhas no sistema.
Entretanto, também não descarta a possibilidade de erro humano, como a própria aplicação errada dos imunizantes como erros de digitação.
"Em mais de 300 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 já aplicadas, é possível que tenham ocorrido erros como os listados na denúncia. Tanto podem ser erros de digitação, ou erros dos próprios sistemas de informação, o que impõe cautela e discernimento para a verificação de tais situações. Entretanto, vale ressaltar que no histórico do Programa Nacional de Imunizações (PNI) a regra tem sido a da eficiência e não o contrário", diz a nota.