CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
A antecipação da janela partidária para as eleições de outubro deste ano, isto é, o prazo legal para migração de partido, provocou alterações no quadro de legendas dentro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), mudando as siglas de oito dos 24 deputados estaduais. Ao final das mudanças, um partido “surgiu”, dois cresceram e quatro desapareceram.
No início da legislatura, em 2019, o MDB, do cacique Carlos Bezerra, era o maior em termos de bancada, com três deputados eleitos. Tendo em seu quadro a deputada mais votada de 2018, Janaina Riva (MDB), o MDB não “arrecadou” filiados dentro do Legislativo e permaneceu com os mesmos três nomes, Janaína, Dr. João e Thiago Silva.
Enquanto isso, outros partidos foram ganhando musculatura dentro da Assembleia, visando a eleição de outubro.
O União Brasil, que, diante da fusão do PSL com o Democratas, havia se tornado, no final de 2021, o maior partido do Legislativo, com 6 nomes, agora ficou com quatro representantes: os ex-democratas Eduardo Botelho, que preside a Assembleia Legislativa, e Dilmar Dal’Bosco, que é líder do governo, e os ex-PSC, Xuxu Dal'Molin e Sebastião Rezende, que migraram em busca de força para uma eventual reeleição.
O Partido Liberal, do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, que não tinha representantes no Legislativo, passou a ter três deputados eleitos: Elizeu Nascimento (antigo DC/PSL/União Brasil), Gilberto Cattani e Delegado Claudinei (ambos oriundos do PSL/União Brasil). Elizeu, aliás, migrou para o PL assim que Bolsonaro se filiou, ainda antes da janela partidária.
Outro partido que cresceu e se igualou ao MDB e ao PL no número de parlamentares na bancada foi o PSB, do deputado estadual Max Russi. Além dele, a sigla contava com Dr. Eugênio, sendo que no último dia 31 o deputado Allan Kardec (ex-presidente do PDT) se juntou ao grupo.
O PSD, do senador Carlos Fávaro, também chegou a três representantes: antes era apenas o deputado Ondanir Bortolini, o Nininho. Depois, entraram Dr. Gimenez (que deixou o PV) e Wilson Santos (que saiu do PSDB após mais de 20 anos).
O Progressistas, do deputado federal Neri Geller, que antes contava apenas com o servidor público Paulo Araújo, agora cresceu com a entrada de João Batista (ex-PROS).
Enquanto isso, a exemplo do MDB, mantiveram as bancadas o Partido dos Trabalhadores (PT), com Lúdio Cabral e Valdir Barranco, e o Republicanos, com Valmir Moretto.
Perdeu representatividade o PSDB, que, após saída de Wilson, manteve apenas o presidente estadual, Carlos Avalone.
No entanto, alguns partidos não resistiram à janela partidária e acabaram perdendo de vez os espaços no Legislativo. Foram eles o Pros, PDT, PSC e o PV. O único nome do Partido Verde, Faissal Calil, fez uma escolha "inusitada" e migrou para o Cidadania, que não tinha nenhum representante na Casa.
Agora, dos 14 partidos que iniciaram a legislatura em 2019, restam apenas 9. Cabe lembrar, o Democracia Cristã, que tinha Elizeu e Claudinei, se fundiu com o PSL em 2020, bem antes do surgimento do União Brasil.