EUZIANY TEODORO
DA REDAÇÃO
A aproximação de figurões do agronegócio à esquerda política brasileira pode se repetir em Mato Grosso. Na semana passada, representantes do setor se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reclamar das perdas que têm sofrido no governo de Jair Bolsonaro (PL) e o petista prometeu abrir diálogo.
Em Mato Grosso, uma reunião que aconteceu na terça-feira (25) também marcou essa aproximação.
O deputado federal Neri Geller (PP), que é vice-presidente da FPA e cujo partido faz parte da base aliada de Jair Bolsonaro, participou de reunião com a deputada federal petista Rosa Neide, e outras lideranças da esquerda e partidos de centro.
Estavam presentes o deputado federal Carlos Bezerra (MDB), deputados estaduais Max Russi (PSB) - presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Araújo (PP) e Valdir Barranco (PT), o prefeito de Rondonópolis, Zé do Pátio (SD), Valtenir Pereira (MDB) e o ex-prefeito e ex-deputado Percival Muniz.
Neri confirmou que vai participar de quantas reuniões forem necessárias, agindo em defesa do agronegócio e das pautas que são importantes para o País.
“Discutimos conjunturas. Fui chamado para essa reunião, fui lá e vou em tantas quantas forem necessárias. Não vou ceder um milímetro. Nós defendemos a agricultura com toda força, desde quando fui ministro da Agricultura, e vocês sabem disso”, afirmou o deputado federal ao Repórter MT.
“Discutimos conjunturas. Fui chamado para essa reunião, fui lá e vou em tantas quantas forem necessárias. Não vou ceder um milímetro. Nós defendemos a agricultura com toda força, desde quando fui ministro da Agricultura, e vocês sabem disso”, afirmou o deputado federal ao Repórter MT.
Neri, que tem a intenção de disputar ao Senado Federal nas eleições deste ano, destacou que política se faz com diálogo e, quando foi convocado por Carlos Bezerra para a reunião, fez questão de ir, pois o colega da Câmara o ajudou em outras pautas.
“Não vou deixar de conversar. Até porque o Bezerra já nos ajudou, principalmente nesta questão do licenciamento ambiental, Bezerra foi importante na votação na Câmara. E também outras pautas do setor. Se não der pra dialogar, não dá pra fazer política. Essa é a grande questão”, disse.
Encontro com os Barões do Agro
Na reunião com Lula, os representantes do agro disseram estar descontentes com Bolsonaro, especialmente devido à má relação do governo com a China, principal cliente da carne brasileira.
"Quando somos da base de sustentação do Governo, e falo pelo papel que o PP tem hoje, nos colocamos na condição também de poder cobrar. Aqui para Mato Grosso as ações federais em infraestrutura causam revolta. Adianta ser um dos Estados que mais produz e ajuda a garantir o superávit na balança comercial do País e não ter respaldo e reconhecimento através de incentivo e melhorias", cutucou Geller.
A China embargou a carne brasileira por mais de três meses, liberando a compra apenas em dezembro. O setor perdeu milhões por causa disso e os agropecuaristas responsabilizam os reiterados ataques de Bolsonaro e seu grupo ao governo chinês.
Outros pontos de críticas são a alta do dólar, a instabilidade política em que vive o país, a baixa popularidade do presidente em nível internacional e a necessidade de mais crédito agrícola para a expansão do agro. Neri cita ainda a inércia do Governo Federal em resolver situações urgentes na infraestrutura Mato Grosso, como: a falta de duplicação da BR-163, a estadualização da BR-174, as ferrovias federais, o asfaltamento da BR-158, que há anos vem travando o desenvolvimento de toda a região do Araguaia.
"Quando somos da base de sustentação do Governo, e falo pelo papel que o PP tem hoje, nos colocamos na condição também de poder cobrar. Aqui para Mato Grosso, as ações federais em infraestrutura causam revolta. Adianta ser um dos Estados que mais produz e ajuda a garantir o superávit na balança comercial do País e não ter respaldo e reconhecimento através de incentivo e melhorias?", cutucou Geller.
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