FERNANDA ESCOUTO
DO CONEXÃO PODER
O governador Mauro Mendes (União) afirmou que “não vai passar a mão na cabeça” do policial militar que matou Thiago Graciote Moraes, de 29 anos, durante uma abordagem, na madrugada de sábado (5).
O crime ocorreu em Cotriguaçu (957 km de Cuiabá) e parte da ação foi registrada em vídeo por testemunha, que estava no local no momento.
“Qualquer tipo de violência tem que ser recriminada. O governo não compactua com isso, nós estamos aguardando e temos absoluta convicção de que a própria Polícia Militar, o Ministério Público e os órgãos competentes farão as investigações se alguém cometeu algum erro, essa pessoa tem que responder na forma da lei”, disse Mauro à imprensa nesta segunda-feira (7).
O governo, sob hipótese alguma, vai passar a mão na cabeça de quem quer que seja que cometa um erro
O policial já foi afastado de suas funções e um inquérito foi aberto pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar para apurar a conduta do agente.
“O governo, sob hipótese alguma, vai passar a mão na cabeça de quem quer que seja que cometa um erro. Confio muito na instituição Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, entretanto, lá temos mais de 7 mil servidores e, às vezes, essas pessoas podem cometer falhas. E se cometer, terão que responder de acordo com a legislação brasileira”, concluiu o governador.
Em entrevista, no domingo (6), ao RepórterMT, o comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes, disse que se as investigações concluírem que o policial agiu de forma inapropriada, haverá a responsabilização por homicídio, bem como as consequências disciplinares, não sendo descartada a possibilidade de demissão.
O caso
Thiago Graciote Moraes, de 29 anos, foi morto durante uma abordagem policial na madrugada de sábado (05), na cidade de Cotriguaçu (957 km de Cuiabá). Parte da ação foi registrada em vídeo por testemunha que estava no local no momento da ação policial.
Conforme o registro da ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para averiguar uma denúncia de som alto em uma lanchonete. Ao chegar no local, os policiais constataram que o som já havia sido desligado, mas foram informados que estaria acontecendo uma briga na esquina e que um dos envolvidos estaria em posse de uma arma de fogo.
Segundo o boletim de ocorrência, os dois estavam com “os ânimos muito alterados” e diziam que não eram bandidos e que ninguém ia colocar as mãos neles. Samuel desobedeceu os policiais e tentou ir embora, momento em que os agentes se aproximaram para prendê-lo.
Thiago teria partido para cima do policial e, em determinado momento, levou a mão na cintura. O policial acreditou que ele iria sacar uma arma e decidiu atirar. Foram efetuados dois disparos.
O vídeo, contudo, mostra Thiago com as mãos erguidas e gritando para o policial atirar.