EUZIANY TEODORO
DAFFINY DELGADO
O vereador por Cuiabá, Marcos Paccola (Republicanos), disse estar surpreso com a justificativa dos promotores que pediram sua prisão e apreensão de celulares, nesta quarta-feira (13). Os promotores disseram que Paccola quis fazer “autopromoção política” ao atirar e matar o agente socioeducativo, Alexandre Miyagawa, em 1º de julho.
“Eu entendi que tenham recolhido meus celulares, inclusive cedi minhas senhas, voluntariamente, para que o delegado tenha acesso total. O que eu não entendi foi a justificativa dos promotores em dizer que fiz autopromoção, em uma situação que poderia ter dado muito errado”, afirmou o vereador, em coletiva à imprensa.
No dia da morte, Paccola aguardou no local, se apresentou à polícia e, em depoimento, disse ter agido em sua própria defesa e de terceiros. Segundo ele, Alexandre tinha arma em punho e entendeu que a namorada dele, Janaina Sá, estava em risco, pois os dois discutiam no momento da confusão.
Vídeos da situação ganharam os veículos de comunicação e redes sociais, onde Paccola aparece atirando pelas costas do agente.
“O resultado é completamente incerto. Temos casos inúmeros onde uma intervenção, você nunca sabe, a arma poderia falhar, ele poderia não parar a ação a atirar em mim. Fiquei bastante consternado com o que os promotores colocaram no pedido, que eu quis fazer autopromoção.”
Nesta manhã, a Câmara de Vereadores abriu sessão para votar um pedido de afastamento de Paccola, feito pela vereadora Edna Sampaio (PT), devido ao homicídio. Para ela, houve quebra de decoro parlamentar.
Paccola se defendeu e disse que Edna agiu como “urubu de cadáver”, se aproveitando de uma situação que não tem nada a ver com sua atividade política.
“A única pessoa que utilizou essa tragédia, se comportamento como ‘urubu de cadáver’, foi a vereadora Edna. O que ela fez foi repugnante, diante de uma tragédia que não tem nenhuma ligação com minha atividade política, apenas pelo meu dever como policial”, afirmou.
Um requerimento apresentado pelo vereador Sargento Vidal, pedindo parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), adiou o possível afastamento para agosto, após o recesso parlamentar.