CAMILLA ZENI
EUZIANY TEODORO
O deputado estadual Wilson Santos, que vê seu partido, o PSDB, cada vez mais próximo de concluir a federalização com PSC, MDB ou União Brasil, em nível nacional, acredita que “os partidos brasileiros não estão preparados” para esse passo, que em outras palavras, é um “casamento” de quatro anos.
“É um instituto novo, que não é uma coligação para a eleição, que no dia seguinte está terminada. Tem que durar no mínimo 4 anos, quem ajudar eleger vai ter que ajudar a governar. Isso deve repercutir nas eleições municipais de 2024. Então, não dá discutir e decidir de ‘afogadilho’. É um assunto muito grave, que vai ter repercussões e consequências. Que os partidos brasileiros, não sei se estão em condições de acompanhar”, disse o deputado, em entrevista essa semana.
A federação foi regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e será aplicada a partir das eleições deste ano. Partidos que queiram se unir em nível nacional, devem obrigatoriamente ser seguidos pelas diretivas estaduais e municipais, pelo período mínimo de quatro anos.
Wilson afirma que, se assim decidir a executiva nacional do PSDB, só lhe resta seguir o que for determinado.
“Quem sou eu pra dar opinião sobre isso? Só a direção nacional que vai definir. O que direção nacional definir, as estaduais e municipais serão obrigadas a acompanhar. Eu sou completamente aberto, estou pronto pra cumprir a direção nacional. Sei que a direção nacional vem conversando com o PSC, MDB, União Brasil”.
Apesar de “aberto” à federação, o tucano acredita que poucos partidos vão aderir a esse sistema.
“Tudo indica que serão poucas federações e a tendência dos partidos, na minha opinião, é manter-se fora das federações, porque estão com receio de um plano a médio prazo. Porque, infelizmente, a vida partilhada no Brasil é assim”, concluiu.