27 de Fevereiro de 2023, 08h:55 - A | A

Poderes / INTERVENÇÃO

Perri: Agentes públicos devem ser punidos pela má gestão na Saúde de Cuiabá

Relator do processo, desembargador votou pela retomada da intervenção na saúde pública da Capital.

APARECIDO DO CARMO
DO CONEXÃO PODER



Em seu voto, em que defendeu a intervenção do Governo do Estado na Saúde Pública de Cuiabá, o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), disse que a situação na Capital é caótica e que responsabilidades deverão ser cobradas.

“Aqui, para se dizer o mínimo, houve improbidade administrativa. Agentes públicos hão de ser responsabilizados”, defendeu o magistrado, durante sessão do Órgão Especial do TJMT, na quinta-feira (23).

Para Perri, a situação da saúde pública é um “problema crônico que se arrasta há vários anos e que se agrava a cada dia”.

 

 O desembargador disse que, em rápida verificação em dezembro de 2022, antes de conceder liminar autorizando a intervenção, verificou mais de 500 casos de ações judiciais contra o município. “Apesar de toda a estrutura física, desgraçadamente a saúde do município capenga na provisão de médicos, procedimentos e medicamentos”, argumentou.

 

 Segundo o magistrado, além da não realização de concursos, que vem sendo objeto de discussões judiciais desde, pelo menos, 2013, os recursos municipais não estão sendo bem geridos, como comprovam os atrasos salariais, o desperdício de medicamentos e o represamento de cirurgias que tem causado mortes e amputações que poderiam ser evitadas.

“O que nós temos que verificar é a qualidade da gestão que impacta na deficiência dos serviços efetivamente prestados”, disse Perri, que defendeu a intervenção como uma medida enérgica contra a perda de vidas. “De bem-intencionados o inferno está cheio, diz o adágio popular. E não há mais tempo para experiências”, defendeu.

O magistrado ressaltou que a intervenção tem como objetivo de resgatar a dignidade do atendimento médico e que ela não deve ser vista como de caráter político.

“A dignidade do ser humano colocada no vértice da Constituição Federal tem na vida o seu valor mais expressivo que o Estado Social prometeu proteger acima de qualquer outro interesse”, fundamentou o magistrado.

O julgamento foi interrompido após os desembargadores Rubens de Oliveira Santos Filho e Juvenal Pereira da Silva pedirem vistas pedirem vistas do processo. O Órgão Especial do TJMT volta a se reunir no dia 9 de março.

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