CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O “efeito Bolsonaro” já desponta na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Em menos de quatro meses após a entrada do presidente da República no Partido Liberal, a sigla viu saltar de zero para três o número de deputados no parlamento, empatando entre as maiores bancadas com o União Brasil (UB), do governador Mauro Mendes, e o MDB, do deputado federal Carlos Bezerra.
O primeiro a seguir o “líder” foi Elizeu Nascimento, que, por ter sido eleito pelo DC, não precisava esperar a janela partidária - que iniciou neste mês de março - para essa mudança. Em seguida, já neste mês, o delegado Claudinei foi quem deixou o União Brasil para seguir Bolsonaro. O mesmo ocorreu neste sábado (19) com o deputado Gilberto Cattani.
Claudinei e Cattani eram filiados ao PSL, assim como Elizeu após um acordo com o DC. Entretanto, diante da fusão do partido com o União Brasil, os bolsonaristas decidiram deixar o partido. A decisão levou em consideração, entre outros fatores, o cenário local do União Brasil, que tem como principal liderança o governador, a quem fazem oposição.
Além dos três que já estão no PL, o partido ainda pode ver a bancada crescer com a chegada de deputados como Ulysses Moraes (UB) e Faissal Calil (PV).
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Ulysses ainda não comunicou oficialmente para onde ou quando vai, embora tenha garantido que deixará o UB. Nos bastidores, porém, a informação é de que ele também já teria se decidido pelo PL. Por sua vez, Faissal tem enfrentado embates com o presidente estadual do partido, o vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa, e também foi apontado como um dos deputados que estudam a migração para o PL.
Caso as mudanças se concretizem, o PL passará a ser a maior bancada da ALMT, com cinco deputados. Atualmente, tanto o PL quanto o União Brasil e o MDB têm três deputados eleitos.
Algumas das questões que circulam aqueles que estudam o PL é que o partido já é considerado um "chapão da morte", uma vez que diversos nomes importantes passaram a estudar a migração para a sigla. Dessa forma, ficaria mais difícil para alguns políticos viabilizarem suas candidaturas frente àqueles que têm mais votos.
Janaina fora
No início do mês também houve a especulação de que a deputada Janaina Riva (MDB) pudesse fazer a migração, uma vez que seu sogro, o senador Wellington Fagundes (PL), é o presidente estadual da legenda. Janaina também tentava que o MDB apoiasse o projeto de reeleição de Wellington, mas o deputado federal Carlos Bezerra já se definiu por Neri Geller (PP).
Apesar da negativa ao pleito, Janaina disse, na última semana, que o ambiente dentro do MDB já é "mais favorável" e descartou a mudança partidária.