RENAN MARCEL
DO CONEXÃO PODER
O prefeito de Sorriso (420 km de Cuiabá), Ari Lafin (PSDB), firmou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público do Estado (MPE) e deve pagar R$ 200 mil para não ser processado por associação criminosa. O caso é referente à cobrança de valores mensais dos servidores comissionados da prefeitura, como uma espécie de rachadinha no Executivo.
Conforme a denúncia anônima que originou as investigações, os valores eram cobrados no início de cada mês, a fim de levantar caixa para o PSDB de Sorriso. Os secretários também eram obrigados a pagar o mensalinho, que variava entre R$ 100, R$ 150 e R$ 500, dependendo do cargo.
O inquérito policial foi elaborado pelo Grupo Operacional Permanente da Polícia Judiciária Civil (GOP/PJC), vinculado ao Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), do Ministério Público do Estado (MPMT). O esquema, segundo o inquérito, teria iniciado em 2017, no início do primeiro mandato de Ari.
Além de Ari Lafin, a assessora adjunta Julia Catiele Nólio, o secretário adjunto de Obras e Serviços Públicos, Nelson Campos, e o ex-secretário de Administração, Estevan Calvo Hungaro, também estavam envolvidos no esquema e também tiveram que pagar para não serem processados. Júlia, R$ 30 mil e o restante, R$ 50 mil cada.
O grupo ainda se comprometeu a justificar suas atividades e manter os endereços atualizados mensalmente na Justiça, por um período de 2 anos. O acordo foi homologado em audiência no dia 4 de março, presidida pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Paulo da Cunha.