FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O Procurador de Justiça, José Antônio Borges, comentou sobre as recentes operações policiais envolvendo esquemas na Saúde de Cuiabá. Segundo ele, esses crimes organizados e corporativistas são os piores que existem, pois “pessoas acabam morrendo esperando o mínimo, que é de direito de todos”.
“Quando você fala de desvio de dinheiro da área da saúde você está dizendo que pessoas estão morrendo exatamente por falta, às vezes, de medicamentos básicos”, disse Borges durante entrevista ao Jornal do Meio-Dia essa semana.
Questionado sobre existir uma possível organização criminosa na Saúde de Cuiabá, Borges pontuou que aqueles que querem fazer uma má-gestão e buscam se apropriar de recursos ilícitos acabam entrando nas pastas de Saúde e Educação, pois nessas áreas permeiam mais dinheiro público.
“É um ato muito triste e que traz uma repercussão social e geral para toda comunidade. Estamos falando de vidas sendo perdidas exatamente por falta de condições mínimas que são direito de todos, que é a saúde”, citou.
Na última segunda-feira (17), o médico e ex-secretário-adjunto de Saúde, Luiz Gustavo Raboni Palma, foi preso durante a deflagração da Operação Overpay. De acordo com as investigações há indícios de que a LG Med Serviços e Diagnósticos, empresa de Raboni, apresentou planilhas à Secretaria Municipal de Saúde com relatório de atendimentos de pacientes e ausência de informações em quantidade além do que efetivamente foi realizado.
“Acredito que as respostas vão vir aos poucos, conforme as investigações e as operações e eventuais denúncias dos responsáveis, caso envolva também no caso o foro privilegiado de prefeitos”, concluiu.