26 de Fevereiro de 2022, 16h:22 - A | A

Poderes / DISCUSSÃO NO LEGISLATIVO

Projeto de câmeras em viaturas e fardas avança em MT; Bancada da bala é contra

Pela proposta, o agente que usar as gravações de forma irregular ou descartar as imagens poderão ser responsabilizados

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO



Entrou na pauta de votação da última semana, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), um projeto de lei que prevê a instalação de câmeras de vigilância no interior de viaturas, aeronaves, fardas e capacetes das forças de segurança estadual. 

A proposta (PL 619/2021) foi apresentada pelo deputado Wilson Santos (PSDB) em julho de 2021, e colocada para votação na sessão de quarta-feira (23). Entretanto, o deputado Elizeu Nascimento, que é sargento aposentado da PM, pediu vista antes da votação. 

À imprensa, Elizeu já tinha adiantado que pediria vista, afirmando que não tinha conhecimento sobre o projeto. Contudo, ele foi o relator do texto na Comissão de Segurança Pública e Comunitária, em setembro passado.

"Se passou, muitas vezes passou no vácuo, de a gente não ter observado a pauta, ou talvez nós não estávamos na sessão, mas eu sou contra isso aí. Vejo que isso é algo que não vem de encontro com a necessidade de um trabalho policial", afirmou. 

O projeto de lei prevê que tanto a Polícia Militar quanto Polícia CIvil, Penal e Corpo de Bombeiros devem ter os equipamentos de vigilância  nos veículos, aeronaves, fardas e capacetes. 

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O prazo para a instalação das câmeras é de até um ano após a publicação da lei, e deve ocorrer gradativamente. A lei dispõe ainda que os equipamentos precisam ter resolução suficiente, zoom e opções de impressão. Ainda, as imagens devem ser preservadas em nuvem e não podem ser apagadas.

Pela proposta, o agente que usar as gravações de forma irregular ou descartar as imagens poderão ser responsabilizados civil, penal e administrativamente. 

Membro da comissão de Segurança Pública, o deputado João Batista (Pros) também se manifestou contrário à proposta, embora tenha votado favorável quando o projeto passou pela comissão. O deputado defendeu que a farda pode inibir a atuação policial e questionou se o equipamento, que já foi instalado em alguns estados, tem auxiliado na redução da criminalidade.

"O ser humano tem um terço de segundo entre o pensar e o agir. Na hora de um tiro emergencial, você não vai pensar em ligar a câmera ou, de repente, a câmera está gravando algo que ele precisa fazer”, colocou. 

“Estamos  falando de um momento em que o ser humano está com uma arma na mão, em um momento em que ele tem que defender a vida dele e de terceiros. Isso, em determinada situação, pode inibir a atuação policial e colocar em risco a vida dele e da sociedade. No momento em que o policial tem que escolher entre quem vive e quem morre, essa câmera pode atrapalhar", disse. 

Conforme João Batista, a Comissão de Segurança já conversou com o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e com a OAB, e aguarda os dados sobre a implantação do sistema em outros estados para avaliar uma posição para MT. 

Entretanto, no Legislativo, o tema volta para discussão na próxima semana, quando o projeto deve ser devolvido por Elizeu Nascimento.

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