DO CONEXÃO PODER
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) pediu a cassação da deputada federal Coronel Fernanda (PL) em razão de um comentário feito pela parlamentar mato-grossense sobre o assassinato do médico Diego Ralf de Souza Bomfim, de 35 anos, irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL).
Além da fala sobre o irmão de Sâmia, o documento também cita uma fala considerada transfóbica da parlamentar em agosto de 2023, quando disse que mulheres biológicas não deveriam dividir espaço com mulheres trans.
No entendimento do PSOL a fala da Coronel Fernanda foi insensível e ofensiva. A deputado de Mato Grosso se referiu ao crime durante um debate a respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte de drogas ocorrido na semana passada.
"Se está tratando de traficante, ela [Sâmia] tem que conversar com o pessoal lá do morro, no Rio de Janeiro, que cometeu um crime gravíssimo. E ela sabe do que eu estou falando", disse.
O pedido de cassação foi apresentado nesta quinta-feira (06) à Mesa Diretora, que é a responsável por encaminhá-lo ao Conselho de Ética. O entendimento do partido de esquerda é que a deputada Coronel Fernanda violou o Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Em entrevista para o UOL, Sâmia Bomfim disse que o fato de a deputada Coronel Fernanda ter citado o assassinato de seu irmão no que ela considerou ser uma provocação causou indignação.
“Eu e minha família ainda estamos enlutados, foi um crime muito bárbaro e traumático, que não pode ser usado como arma política em nenhum contexto. Meus pais ficaram arrasados. Não podemos naturalizar isso. Ainda estamos estudando também medidas jurídicas”, disse.
O crime
Diego Bomfim foi morto a tiros em um quiosque no Rio de Janeiro, em outubro de 2023. Além dele foram assassinados os também médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33. Daniel Sonnewend Proença, 33, foi ferido, mas sobreviveu.