CAMILLA ZENI/ SILVIA DEVAUX
DAFFINY DELGADO
O secretário de Estado de Educação (Seduc), Allan Porto, lamentou a decisão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), em não iniciar as aulas presenciais nesta terça-feira (3), junto com as demais unidades públicas em Mato Grosso.
Na visão do secretário, Emanuel "condena" os alunos ao estipular o atraso no retorno, considerando que as aulas online, como estão sendo realizadas, não têm sido eficientes, segundo estudo da Seduc.
"Esse é um fato muito ruim, porque é o município que cuida da alfabetização das crianças, e, após um ano e meio, essas crianças não estarem dentro da escola, é condenar uma geração, porque a fase da alfabetização é a mais importante da vida de uma criança", avaliou o secretário nesta segunda-feira (2), durante aula inaugural da rede estadual de ensino na Igreja Batista Nacional, em Várzea Grande.
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Em Cuiabá, as aulas apenas retornarão em outubro, segundo a previsão da Prefeitura. Isso porque o prefeito pretende a imunização de todos os profissionais da educação (com as duas doses aplicadas) antes do retorno das crianças às escolas.
Alan Porto ressaltou que as escolas já estão preparadas para receberem os estudantes neste momento de pandemia, garantindo o cumprimento das medias de biossegurança. A fala é uma resposta à preocupação do prefeito, bem como do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), que faz assembleia geral nesta segunda-feira para debater se retornarão ou não para as salas de aula.
O prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (DEM), por sua vez, defendeu o retorno das aulas presenciais e afirmou que o avanço da vacinação do público em geral e dos profissionais da educação já dá segurança para que as crianças estejam de volta nas escolas.
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"A retomada das aulas é um investimento na qualidade de ensino dos nossos alunos. A educação sofreu muito, como outras áreas. Então, tomamos todas as medidas seguras para a volta as aulas. Muitas crianças foram prejudicadas pela suspensão dessas aulas, mas temos muito claro que, se amanhã ou depois uma nova crise acontecer, não há problemas de suspendermos as aulas de novo e adotarmos outras medidas", afirmou.
Kalil ainda defendeu que as escolas privadas já estão tendo aulas presenciais, na modalidade híbrida, desde o início do ano, e não há relatos de agravamento ou aumento de casos por conta disso. "Não vejo porque as escolas públicas, seguindo o mesmo protocolo, não possam funcionar", acrescentou.
Por adotar o calendário estadual, o município também retorna as aulas nesta terça-feira.