EUZIANY TEODORO
Em dois anos de pandemia da covid-19, o Governo do Estado precisou aumentar o número de leitos, especialmente os de Terapia Intensiva (UTI), para fazer frente aos índices de infectados e pacientes graves do coronavírus. No entanto, durante todo esse período, esbarrou em um obstáculo: o número de profissionais capacitados para essa alta demanda.
Quando se aumenta leitos, é necessário também contratar profissionais para atuar nessa frente. Para cada dez leitos de UTI, são necessários nove médicos, que precisam ser especialistas em Terapia Intensiva ou Infectologia e ter experiência nesse tipo de trabalho. Além de cinco enfermeiros, 25 técnicos de Enfermagem, quatro fisioterapeutas e um auxiliar administrativo.
Algumas das unidades do Estado contavam com esses profissionais, mas não na quantidade necessária. Em dois anos de pandemia, foram feitos processos seletivos e contratados 1.600 profissionais da saúde para atuar no combate à pandemia da Covid-19 em todo Estado.
Na linha de frente, diante do medo, incertezas e do compromisso de salvar vidas, os profissionais aceitaram o desafio, em muitos casos, ficando longe da família para não colocá-la em risco.
“Durante os períodos mais críticos da pandemia pela Covid-19, houve a ampliação substancial de leitos para o tratamento da doença e, consequentemente, a dificuldade na contratação de profissionais justamente pela alta demanda. Atualmente, o Governo de Mato Grosso se esforça para reconhecer o trabalho que foi e ainda é desenvolvido por enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, médicos e tantos outros profissionais”, afirma o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
De acordo com Gilberto, o Governo implementou uma verba indenizatória para esses profissionais e ainda trabalha para reconhecer devidamente todo esse esforço.
“O Estado encaminhou para a Assembleia Legislativa um Projeto de Lei, que foi aprovado, para a manutenção da Verba Indenizatória para os profissionais que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. Esse recurso é mantido desde julho de 2020 e já beneficiou mais de 4 mil servidores da Rede Estadual. Também é imprescindível reconhecer o trabalho das áreas administrativas da Saúde, que permitiram a ampliação da rede assistencial, a aquisição de equipamentos e insumos. Esses profissionais não estão necessariamente nos hospitais, mas também salvaram muitas vidas”, disse o gestor, em entrevista essa semana.
Leitos
Desde 2019, o Estado dobrou o número de leitos nos hospitais estaduais e a expectativa é dobrar novamente, após as entregas de seis novos hospitais estaduais: dois na Baixada Cuiabana, o Central e o Julio Muller, cujas obras foram retomadas; e quatro em regiões que necessitavam urgentemente de unidades de média e alta complexidade, em Juína, Alta Floresta, Confresa e Tangará da Serra.
O Governo optou por não construir hospitais de campanha. Foram abertos leitos que podem ser definitivos, como forma de garantir que grande parte da estrutura ampliada se mantenha em funcionamento após a pandemia.
Exemplo disso é o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, que foi completamente reformado e ampliado e hoje atende exclusivamente as demandas da Covid-19. Atualmente a unidade tem capacidade para 278 leitos totais, sendo que todas as melhorias feitas na estrutura da unidade são definitivas.
“Toda a infraestrutura hospitalar passou por necessária e urgente ampliação e adaptação para atender aos pacientes da Covid-19. Foram modernizadas as estruturas e adquiridos equipamentos de referência para a alta complexidade. Essas melhorias e ampliação de leitos permanecerão de forma efetiva para atender a saúde como um todo”, concluiu Gilberto Figueiredo.