DAFFINY DELGADO
DA REDAÇÃO
Durante Audiência Pública realizada na manhã desta terça-feira (20), na Assembleia Legislativa, para tratar sobre um surto de covid-19 na Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT), o secretário Gilberto Figueiredo apontou que alguns profissionais desobedecem as normas de biossegurança da pasta, pois se recusam a se vacinar e a fazer testes periódicos.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (Sisma/MT), mais de 90 servidores foram infectados com o vírus durante o surto que atingiu a pasta na semana passada.
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"Infelizmente tivemos esse episódio na secretaria e não foi o primeiro e tenho que reconhecer que esses fatos não acontecem pela nossa vontade, mas estamos enfrentando uma pandemia de um vírus que é transmitido de forma respiratória, de fácil contaminação. E estamos falando de uma contaminação dentro de uma secretaria onde seus servidores são essenciais para o enfrentamento desse vírus. Seria muito mais fácil que todos estivemos em home-office, mas as questões estruturais hoje não nos permitem isso. Estamos à disposição, inclusive, para aceitar sugestões que possam melhorar todas as medidas não farmacológicas hoje implementadas na secretaria”, afirmou.
"Estou à disposição senhores deputados, vamos sentar com o sindicato e com a Comissão de Saúde da AL. Quais as medidas nós vamos adotar para servidor que não quer cumprir norma nenhuma? Tem quem não queira usar máscara, que não faz a higienização das mãos, não quer fazer testes; aí como é que eu faço?", questionou secretário.
Por outro lado, a presidente do Sisma, Carmen Machado, rebateu essa afirmação do secretário, mas ressaltou que o sindicato não vai se esquivar de responsabilizar os servidores que não estiveram cumprido as medidas de biossegurança.
“Nós não estamos aqui para defender o servidor que não respeita as regras, muito pelo contrário. Ele deve ser punido e, inclusive, o senhor deve saber que ele pode ser responsabilizado por crime contra a saúde pública. O sindicato não se esquiva de trabalhar em conjunto com a secretaria para que, se for preciso, responsabilizar esse servidor. Mas acho que infelizmente essa responsabilidade não corresponde à verdade em culpabilizar o servidor”, declarou.
Ao final da audiência, foi definido que uma reunião será realizada com a pasta, sindicato e Comissão de saúde para definir quais medidas serão tomadas para a prevenção da covid-19, que devem ser tomadas daqui por diante.