23 de Dezembro de 2022, 10h:10 - A | A

Poderes / "ACHO POUCO"

Senador defende aumento do próprio salário: "Tem que andar bem vestido"

Para o senador, rendimentos dos congressistas não são compatíveis com o seu trabalho.

APARECIDO DO CARMO
DO CONEXÃO PODER



O senador Jayme Campos (União) saiu em defesa dos parlamentares depois da aprovação na Câmara do projeto de lei que estabelece aumento de salários para deputados federais, senadores, presidente da República e vice, além dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, com o aumento dos salários da elite do funcionalismo, os proventos de várias categorias de servidores públicos vão ser igualmente elevados.

Jayme também reclamou do próprio salário, na casa dos vinte mil reais, e disse que não é o suficiente para bancar os custos da vida de uma autoridade federal. Jayme disse ser adepto da tese de que tem que se pagar bem para garantir a qualidade do serviço que é entregue. E defendeu que os senadores merecem um aumento porque “estão prestando serviços relevantes”.

 

“Você sabe quanto ganha um senador da República líquido? Vinte e três mil e quatrocentos reais. (...) Não tem mais. É vinte e três mil e quatro centos reais. Eu acho muito pouco

“Você sabe quanto ganha um senador da República líquido? Vinte e três mil e quatrocentos reais. (...) Não tem mais. É vinte e três mil e quatro centos reais. Eu acho muito pouco diante do fato de que só os custos do senador, até para andar bem vestido, de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de um juiz federal, acho que não só esse aí, mas a questão naturalmente da parte social, a parte da alimentação, a parte de medicamento, de plano de saúde. Eu acho que estava defasado”, justificou.

 

 

Atualmente, o salário de um parlamentar é de R$ 33,7 mil, mas, conforme o projeto aprovado, passarão a receber R$ 39.293,32 a partir de 1º de janeiro de 2023. Além disso, o projeto prevê escalonamento dos valores, chegando a R$ 46.366,19 até 2026.

 

 Ao RepórterMT, o economista Vivaldo Lopes criticou o aumento de 37% a 50% e declarou que a medida é descabida diante do cenário econômico.

Segundo Lopes, o impacto previsto estaria na casa dos R$ 3,2 bilhões, sem contar o efeito cascata, já que muitos salários são vinculados aos do teto do funcionalismo, como os de procuradores de Justiça federais, estaduais e municipais, Defensoria Pública, áreas fazendárias e outros.

 

 “O estrago nas contas do país vai ser muito grande e num momento inconveniente", considerou Vivaldo.

Para Jayme o aumento demorou para acontecer.

“Sabe há quanto tempo os funcionários do Senado Federal não recebem um reajuste? Há seis anos. Hoje estamos perdendo bons quadros no Senado Federal porque o salário estava aquém do mercado e pessoas competentes”, justificou o senador mato-grossense.

 O parlamentar ainda disse que mesmo com a previsão de aumento escalonado dos salários nos próximos três anos, a inflação vai corroer os ganhos dos parlamentares.

“Eles (os salários) estão achatados. Quando completar o pagamento em três parcelas, ou seja 2023, 24 e 25, o salário já achatou porque a inflação corrói o salário dos colaboradores, ou seja, dos servidores do Senado e das outras instituições”, disse.

Comente esta notícia



GRUPO ANDRÉ MICHELLS

Rua das Orquídeas, 247 Bosque da Saúde Cuiabá - MT 78050-010

(65)33583076

RepórterMT
G5 NEWS
CONEXÃO PODER