22 de Março de 2024, 14h:44 - A | A

Poderes / OPERAÇÃO ARARATH

STF manda para Justiça Federal de MT investigação contra Bezerra por fraude em licitação de aeroporto

Em delação, Silval Barbosa afirmou que parte dos recursos da obra do aeroporto teria sido desviada para pagamento de propina a Bezerra

RENAN MARCEL



O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para justiça federal de Mato Grosso um inquérito da Operação Ararath que investiga o ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e outras sete pessoas por suposta fraude na licitação de obras no aeroporto de Rondonópolis e um superfaturamento estimado em R$ 7,5 milhões.

O processo agora deve tramitar na 5ª Vara Federal de MT, porque a Ararath apura delitos contra o Sistema Financeiro Nacional. O declínio por parte do ministro se deve ao fato de que Bezerra não conseguiu se reeleger e por isso não tem mais foro privilegiado por prerrogativa de função, o que fazia com que o inquérito permanecesse no STF.

"Houve, inequivocamente, a perda superveniente do foro por prerrogativa de função de Carlos Bezerra, uma vez que não reeleito ao cargo de Deputado Federal ou alçado a outro cargo apto a manter a competência desta Suprema Corte", diz trecho da decisão.

Em colaboração premiada homologada pelo Supremo, o ex-governador Silval Barbosa afirmou que parte dos recursos da obra do aeroporto teria sido desviada para pagamento de propina a Carlos Bezerra. O ex-deputado, por sua vez, tinha uma dívida com a empresária Marilene Aparecida Ribeiro, que seria a operadora do sistema financeiro paralelo investigado na Operação Ararath. Os valores seriam devidos por empréstimo feito para a reeleição de Bezerra em 2010.

Silval teria indicado o contrato do aeroporto de Rondonópolis e outras obras do Governo do Estado das quais poderia haver cobrança de propina para quitar a dívida de Bezerra com Marilene.

Marilene também fez acordo de delação premiada e as declarações dela deram origem a esse inquérito contra Bezerra, que na época era o único com foro delatado por ela. Contudo, na decisão do dia 6 de março, Dias Toffoli mantém a íntegra dos depoimentos com o STF, por envolverem outros investigados.

Constam como investigados, além de Bezerra: José Carlos Ferreira da Silva, o ex-secretário de Infraestrutura e Logística, Cinésio Nunes de Oliveira, o ex-superintendente de obras e transportes, Tércio Lacerda de Almeida, o representante legal da empresa Ensercon, Marcílio Ferreira Kerche, Edmar Alves Botelho, Esmeraldo Teodoro de Mello e o engenheiro Pedro Maurício Mazzaro.

 

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