DAFFINY DELGADO
DA REDAÇÃO
O vereador Toninho Bernardes (PL), de Sinop (500 km de Cuiabá), que foi preso na manhã desta quarta-feira (4) durante a operação segunda fase da operação Terra Envenenada, deflagrada pela Polícia Federal, já respondeu a um processo por tentativa de extorsão e formação de quadrilha.
De acordo com a denúncia, no dia 24 de fevereiro de 2006, quando era agente prisional no presídio Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira (Ferrugem), ele e outros dois servidores estiveram em uma fazenda onde teriam tentado extorquir R$ 50 mil do proprietário, por supostos crimes ambientais.
O vereador teria enviado uma mensagem para a vítima dizendo para que ela deixasse um cheque como garantia, no valor de R$ 5 mil, o que não ocorreu posteriormente.
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Cansado das extorsões, o homem procurou a delegacia do município e denunciou o acontecido.
Um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado contra ele, assim como o Ministério Público Estadual também ofereceu denúncia. No entanto, a Justiça o absolveu por falta de provas.
“Isso porque não foi produzida prova, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, nos termos do artigo 155 do CPP, hábil para a condenação, havendo fundada dúvida quanto à participação dos acusados Antônio Aparecido e Antônio Fernando na prática do delito de extorsão”, diz trecho da decisão.
Terra envenenada
A primeira fase da operação foi deflagrada em junho de 2018, quando foram cumpridos 22 mandados, sendo seis de prisão. As investigações da Polícia Federal apontaram que a quadrilha importava produtos do Paraguai e manipulava os agrotóxicos, provocando riscos à saúde humana. Isso porque o uso desses defensivos agrícolas é rigorosamente limitado pelos órgãos oficiais.
Na primeira fase da operação foi apreendida mais de meia tonelada de agrotóxicos contrabandeados e adulterados. Então, a PF intensificou as investigações e identificou grandes grupos de fornecedores, regionais e nacionais. Eles são alvos dos mandados de prisão desta segunda fase.
De acordo com a PF, o grupo criminoso tinha apoio de agentes públicos para conseguir levar o agrotóxico contrabandeado do Paraguai até o Norte do Estado de MT.
Os investigados responderão por comercialização e transporte de agroquímicos de uso proscrito, constituição de organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros crimes que vierem a ser descobertos. As penas variam de 2 a 10 anos de prisão.