FERNANDA ESCOUTO
DO CONEXÃO PODER
Investigações da Polícia Federal apontaram que o vereador de Cuiabá Paulo Henrique (MDB), alvo da Operação Ragnatela, que apura um esquema de lavagem de dinheiro para a facção Comando Vermelho, teria utilizado dinheiro do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização de Cuiabá (Sindarf), onde exerce a função de presidente, para comprar bebidas alcóolicas, cigarros e abastecer o carro.
Conforme a Polícia Federal, há muitos registros de notas fiscais de postos de combustíveis, entretanto não existe nenhum veículo registrado no nome do Sindarf, o que seria uma evidência que Paulo Henrique usaria o sindicato para uso pessoal.
Também consta nas investigações que o vereador teria se utilizado das contas do sindicato para comprar itens de luxo, como uma bolsa no valor de R$ 5,9 mil.
“A relação de PAULO HENRIQUE com o SINDARF, entidade que preside, é obscura e provavelmente inadequada. As contas da organização parecem ser usadas como se fossem pessoais, apontando para o uso potencialmente ilícito dos recursos sindicais. Este abuso de posição poderia fornecer um método eficaz para desviar fundos para atividades ilícitas”, diz trecho do documento.
Paulo Henrique também é acusado de usar o Sindarf para lavar dinheiro para o Comando Vermelho.
Alvo da Ragnatela
O vereador teve a “vida revirada” após ser alvo da Operação Ragnatela, deflagrada na quarta-feira (5). Ele é acusado de facilitar a liberação de licenças e alvarás para casas noturnas usadas em um esquema de lavagem de dinheiro para a facção.
Um policial penal e fiscal da Prefeitura de Cuiabá também foram alvo de buscas e afastados das funções por participarem do esquema.