RAFAEL COSTA
APARECIDO DO CARMO
O senador Wellington Fagundes (PL) criticou neste sábado (1) a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de condenar à inelegibilidade, pelos próximos oito anos, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Ele considerou a decisão como fator preocupante para a democacia.
Na avaliação do parlamentar, a decisão traz insegurança jurídica ao país e compromete eleições futuras, pois entende que o direito de manifestação dos candidatos estarão cerceados pela Justiça Eleitoral.
"Isso traz para o país eleições mancas. Porque um dos maiores líderes do país ser extirpado e afastado dos futuros processos eleitorais por mera opinião é uma pena extremamente pesada e deixa todos nós, que vivemos em uma democracia, extremamente preocupados. Essa é uma decisão que deve ser melhor explicada ao país", comentou.
É uma pena extremamente pesada e deixa todos nós, que vivemos em uma democracia, extremamente preocupados.
Fagundes acredita que a pena desproporcional engrandece politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que pode trazer ao PL bons resultados nas eleições de 2024 e, por consequência, em 2026, quando estará em disputa à cadeira de presidente da República.
"Os 58 milhões de eleitores do Bolsonaro querem a resguarda do voto. Isso preocupa eleições futuras. Não tenho dúvida de que o Bolsonaro vai ser o maior cabo eleitoral da história do Brasil. O PL vai eleger maioria dos prefeitos e ter candidatura própria a Presidência da República nas eleições de 2026", completou.
O TSE julgou a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT.
No julgamento de sexta-feira (30), ficou reconhecida a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do ano passado.
Walter Braga Netto, que compôs a chapa de Bolsonaro à reeleição, foi excluído da sanção, uma vez que não ficou demonstrada sua responsabilidade na conduta. Nesse ponto, a decisão foi unânime.