EUZIANY TEODORO
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que preside a CPI da Sonegação Fiscal na Assembleia Legislativa, afirmou que o relatório final, que será apresentado no dia 20 de maio, vai “escrachar a farra da sonegação” que existe em Mato Grosso.
“Vai expor uma farra de sonegação que há em Mato Grosso, a ineficiência quase que completa da fiscalização sobre a área de combustíveis, especialmente sobre as usinas de etanol. A farra total e solta que corre o setor da mineração. O agro que tem práticas irregulares, ilícitas e desonestas com o fisco estadual, tudo isso deve constar no relatório final”, anunciou o parlamentar, após oitiva de ex-conselheiros da Aprosoja nesta quinta-feira (3).
Os alvos da investigação foram quatro setores: combustíveis, mineração, frigoríficos e agronegócio. Os relatórios das investigações sobre combustíveis e mineração já foram entregues à Secretaria de Fazenda, mas as sugestões da CPI não foram atendidas.
“Uma das sugestões que a CPI fez foi a implantação de uma delegacia especializada em crimes na área de combustíveis. Nós sabemos que há em torno de 18% de sonegação nessa área, é o setor em que a população mais paga impostos, um volume que ultrapassa R$ 700 milhões ao ano, e sabemos que o setor que mais sonega é do etanol”.
A CPI chegou a entregar os nomes de duas usinas de etanol comprovadamente sonegadoras, mas nada foi feito a respeito até agora. “Entregamos os nomes de duas usinas de etanol no Estado que são ‘eira e vezeira’ em sonegação. Que misturam água no etanol. Não há dúvida de que a Sefaz, junto com a Defaz (Delegacia Fazendária), vem fazendo um trabalho muito bom em relação à evasão, mais em relação às sugestões da CPI, pouca coisa foi atendida”, lamentou o tucano.
De acordo com o deputado, para cada um real pago em imposto em Mato Grosso, 10 reais são sonegados. “Os próprios mineradores admitem que há uma inexistência de fiscalização”.