MÁRCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Em março de 2019, a senadora Selma Arruda (PSL), que recém iniciava seu mandato, revelou em entrevista ao Conexão Poder, a pressão que sofria para retirar a assinatura da CPI da Lava Toga e que nesta semana explodiu como motivação de crise política, que pode custar o mandato da juíza aposentada, que pensa em deixar o partido.
A recusa da senadora é apontada como motivo para que a Procuradoria Geral da República desse parecer favorável à cassação da parlamentar e convocação de nova eleição em Mato Grosso.
No Conexão Poder a senadora também deixou claro que a pressão vinha de parlamentares e que ela só retiraria sua assinatura se o presidente Jair Bolsonaro (PSL) dissesse que era necessário ou alguém do Governo.
Publicações dos sites O Antagonista, a Folha de S. Paulo e Estadão afirmam que o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL), estaria articulando para abafar a criação da CPI.
Flávio é o único dos quatro senadores do PSL que não assinou a petição pela abertura da comissão.
A tentativa de enterrar a comissão desagrada aos senadores, como Selma, que se elegeram com a bandeira do combate à corrupção.
“Eu estou sendo bastante assediada no Senado, nesse sentido de retirar a assinatura. [Dizem] Porque você é da base do Governo. Porque você vai prejudicar a Reforma. Você tem que ter jeito. Vamos retirar a assinatura, senão você vai prejudicar a Reforma da Previdência e eu fico meio ‘bolada’. Não consigo entender o fio de interlocução desses dois assuntos, mas não pretendo retirar a não ser que o presidente me diga que isso é necessário, ou que alguém do Governo venha e me diga, porque por conversas de parlamentares eu não pretendo mudar de lado não”, declarou Selma no Conexão Poder.
Na entrevista, a senadora comenta que os argumentos usados seriam de que este não seria o momento para emplacar a CPI, mas isso há cerca de cinco meses atrás quando ocorria a prisão do ex-presidente Michel Temer.
Nos últimos dias iniciado uma aproximação com o presidente da Corte, Dias Toffoli e derrubar a CPI poderia ser parte de uma estratégia para aparar arestas com o Supremo.
Veja a entrevista: