Ana Cristina Vieira
DO CONEXÃO PODER
O Observatório Nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados aponta que, embora o direito ao voto feminino tenha sido instituído em 1932, bem como as cotas eleitorais para mulheres em 1995, nas eleições de 2022, as mulheres alcançaram apenas 17,7% das cadeiras na Câmara dos Deputados, 14,8% no Senado e 17,9% nos parlamentos estaduais. O percentual fica abaixo da média mundial registrada para os parlamentos em 2020, de 24,9%, e da média dos demais países americanos, de 31,3%.
Em entrevista ao Conexão Poder, a juíza Maria Rosi Borba, do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá, pontuou que é preciso aumentar a representatividade feminina nos espaços de poder e ir além, perceber quem de fato tem compromisso com as pautas femininas.
"Não basta ser mulher, eu tenho visto aí mulheres em posição de poder que continuam defendendo as teses do patriarcado, aí fica pior ainda. Porque se uma mulher está dizendo que isso é certo, que nós temos que ter um papel de submissão, que nós realmente temos que aceitar essa 'orientação' masculina nos nossos relacionamentos, que o homem pode tudo e a mulher não pode nada, nós não somos donas do nosso próprio corpo. Então, assim, nós temos que prestar atenção no discurso dessa mulher que nós estamos escolhendo para nos representar no campo político", observou ela, acrescentando que "muitas vezes um homem tem a capacidade de nos ver muito melhor do que algumas mulheres que não são representantes do movimento feminino".
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