ANA CRISTINA VIEIRA
DO CONEXÃO PODER
Mato Grosso registrou até meados de outubro, 44 feminicídios, segundo o Observatório Caliandra do Ministério Público Estadual. Os números refletem, segundo a magistrada do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá, Maria Rosi Borba, o patriarcado que persiste no estado, em que homens, em sua maioria, tratam mulheres como propriedade. Em entrevista ao Conexão Poder, a juíza comentou que as diferenças de oportunidades entre homens e mulheres acontecem em todos os espaços, até mesmo no Judiciário.
"A luta da mulher pela igualdade é uma luta árdua, nós temos muita dificuldade, veja o Supremo Tribunal Federal, nós temos uma mulher lá, não é verdade? E isso se coloca em todos os lugares. A violência contra a mulher se dá a partir da ideia do patriarcado, o homem decide como nós devemos agir e nós repetimos para nossos filhos homens esse patriarcado. Então nós também somos agentes desse mesmo preconceito. É importante que estabeleçamos regras muito importantes como sobre educar nossos filhos meninos", alertou.
A juíza destacou que muitas mulheres, embora tenham conquistado mais autonomia, ainda aceitam o papel de submissão.
"Mato Grosso é um estado patriarcal, a gente sabe disso, não é outra coisa, é a forma em que os homens, de uma maneira geral, veem a mulher, é um objeto, é minha, é minha propriedade, e eu posso fazer o que eu quiser, matar, lesionar, machucar, expor".
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