MÁRCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Em entrevista ao Conexão Poder, o presidente regional do Podemos, o deputado federal José Medeiros, que tem sido apontado como candidato do partido para recuperar a vaga da juíza Selma Arruda (Podemos), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comenta, que a sigla não quer tratar de candidatura, nesse momento, e concentra esforços em manter Selma no Senado.
Ao Conexão Poder, Medeiros admite que, na possível disputa, caso a senadora não consiga se manter no cargo, ele deve ser o candidato do Podemos e ter como suplente o marido da juíza, o policial rodoviário aposentado, Norberto Arruda. Essa seria uma forma de manter a representação dela no Senado e manter votos dos eleitores de Selma.
Confira a entrevista na íntegra:
Conexão Poder: O senhor definiu se lança candidatura ao Senado?
José Medeiros: “O Podemos continua naquela mesma linha. Nós vamos esperar todos os recursos da senadora Selma e só então o partido vai tratar do tema. É óbvio que, caso o desenlace seja pelo que está decidido pelo TSE, o partido vai querer manter sua vaga que tem no Senado. Mas até então, o foco e a ordem nacional é não tratar de eleição, tratar da defesa da senadora, por respeito à senadora e tudo mais”.
Conexão Poder: Quais são as medidas para a senadora reaver o cargo dela?
José Medeiros: "Tem ainda os embargos que ela está (requerendo) no TSE, tem ainda o STF [Supremo Tribunal Federal] e lógico, tem a manutenção ali dentro do Senado, os trâmites dentro do Senado para não cumprir o afastamento imediatamente, porque ela tem direito à defesa, né. Porque, pela ordem do TSE, ela teria que ser afastada imediatamente e tal. Então vamos estar fazendo essa defesa dela lá dentro do Senado também. Ela tem direito a algumas sessões, a cinco sessões de defesa e tal”.
Conexão Poder: Até quando deve decidir isso? Porque já estão fazendo previsão da data de eleição.
José Medeiros: “A eleição está sendo marcada, mas se a gente conseguir o recurso zera tudo, anula tudo”.
Conexão Poder: Então se o senhor lançar candidatura, pode ser que seja bem próximo da eleição?
José Medeiros: “Não estamos nem falando em candidatura. A gente só vai falar em candidatura do Podemos quando não houver nenhuma perspectiva e possibilidade de manter o mandato da senadora”.
Conexão Poder: Caso tenham que lançar candidato, vocês teriam pessoas de outros partidos como suplente ou seria chapa só do Podemos?
José Medeiros: "Como a gente não tratou, não trabalhamos nada disso ainda. A gente acha muito prematura essa discussão".
Conexão Poder: Estou perguntando isso porque tem sido comentado que o marido da senadora Selma poderia estar na sua suplência. Isso confere?
José Medeiros: "Ah, sim. É porque a Selma vai ser uma cabo eleitoral importante nesse processo e lógico que as pessoas fazem a avaliação e já colocam ele, porque é lógico. Fazem pela lógica da política, porque é uma verdade, ele capitalizaria, ele faria o link direto da senadora com o candidato que tivesse ele como suplente. Então por isso que as pessoas estão fazendo esse link e óbvio que numa conjuntura, que tivesse o Podemos disputando, isso seria com certeza conversado dentro do partido”.
Conexão Poder: Então isso ainda não é definido?
José Medeiros: “Não. Teria que conversar com a senadora, como tratar esse tema”.
Conexão Poder: Mas o senhor acha que essa é uma boa ideia, uma boa opção?
José Medeiros: “Isso é seria, vamos dizer assim, seria como ter a senadora na chapa”.
Conexão Poder: Seria como manter o nome dela?
José Medeiros: "Isso, porque ele faz o link direto com o nome dela.
Conexão Poder: Estou perguntando porque têm críticas de que isso não transfere os votos.
José Medeiros: “Não é transferência de votos, é questão de apoio. Política passa por apoio e a Selma, como o eleitor viu a bandalheira feita com ela. Não pelo TER (Tribunal Regional Elçeitoral), mas pelo complô que foi feito contra ela, então o eleitor sabe que ela foi uma vítima, então no momento em que ela está apoiando um grupo isso se torna uma transferência automática”.
Conexão Poder: Seria uma continuidade?
José Medeiros: “Exato”, conclui.