DA REDAÇÃO
A campanha eleitoral começou, na última semana, com troca de farpas entre o governador Mauro Mendes (DEM) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), candidato à reeleição. A tendência é que o clima “esquente” ainda mais e envolva também outros postulantes à Prefeitura de Cuiabá. A avaliação é dos analistas políticos Haroldo Arruda e Onofre Ribeiro, que acreditam que a campanha na Capital será de agressões e baixo nível.
Na opinião de Haroldo, os candidatos deixaram as discussões de proposituras de lado e vão "partir pro fight”. “Eles vão abandonar o objeto de discussão, que é o mais interessante para sociedade, e vão mirar no adversário abaixando o nível o tempo todo. Isso é lamentável, porque a sociedade não recebe absolutamente nada, não ganha nada, com isso”, disse.
O professor Onofre Ribeiro destaca que os candidatos a prefeitos não têm discursos claros e, para chamar a atenção do eleitorado, parte para a briga. “Não há discursos muitos claros sobre os planejamentos da próxima gestão. Então, está tudo na base do eu acho, quando chegar lá eu vejo o que faço. Ou você tem proposta ou então vai pro ringue e essa eleição, infelizmente, vai ser uma eleição de ringue”, analisou ao apontar que os protagonistas devem ser Emanuel, Roberto França (Patriota) e o vereador Abílio Júnior (Podemos).
Onofre lembra que essa postura agressiva não conquista o eleitoral que, segundo ele, já está desinteressado na política e que ainda sofre os efeitos da pandemia no coronavírus. “O eleitor esta decididamente cansado da política e dos políticos, não acredita mesmo. Brigam hoje, mas lá na frente estão beijando na boca. Então, o eleitor não acredita na briga, não acredita no candidato e cada vez mais que a briga aparece ele desacredita mais na política. O eleitor não quer saber de ringue, porque o eleitor está no ringue desde o começo deste ano apanhando muito com a pandemia, com perda de renda e de emprego, medo de chegar ao hospital e não tem leitos”, ressaltou.
Senado
Sobre a disputa ao Senado, os analistas acreditam que a “guerra” não será travada em bate-bocas, mas sim no judiciário. “No Senado teremos uma guerra de impugnações, tentativa de impugnação o tempo todo. Você viu na municipal existem também algumas tentativas, mas na eleição suplementar é o mais esperado. Com raríssimas exceções, alguns candidatos têm problemas com a Justiça e acaba que o departamento jurídico de cada candidato vai buscar exatamente essa capivara deles para puxar”, observou Haroldo Arruda.
“O foco principal da eleição que seria o debate de ideias e de proposições não tem. Vão ficar no embate jurídico, um querendo impugnar o outro, porque é o caminho mais fácil para poder derrubar o outro é o caminho da agressão. É isso que vai ser feito, infelizmente”, previu Haroldo.
O professor Onofre argumentou que parte da eleição vai para o judiciário nos últimos anos em Mato Grosso. “As eleições estão caminhando para tapetão, porque a legislação é confusa, cada vez fica confusa e vai para justiça, quando chega lá encontra uma justiça morosa e preguiçosa e fica político sob judice, quem perde com tudo isso é a população”, concluiu.