FELIPE LEONEL
DA REDAÇÃO
O segundo turno das eleições em Cuiabá deve ser marcado pela ‘desconstrução’ dos dois candidatos ao Alencastro, Emanuel Pinheiro (MDB) e Abílio Brunini (Podemos), e por campanhas ‘agressivas’. Essa é a avaliação dos analistas Onofre Ribeiro e João Edisom.
O segundo turno será realizado no dia 29 de novembro (domingo).
Segundo João Edisom, a abstenção deve ser maior em razão de uma campanha pouco propositiva e focada na desconstrução dos adversários. O analista ainda destaca a autonomia dos eleitores, que não seguem mais as orientações dos candidatos derrotados.
João Edisom afirma ainda que partir para a desconstrução é ruim para o candidato à reeleição, pois o adversário teve uma diferença de mais de oito mil votos.
“A expectativa que os dois geraram pela relação de confronto é que eles vão apelar pela desconstrução do outro. Nessa circunstância, o Abílio leva ampla vantagem, pois diminui o número de pessoas que vão votar”, disse.
Ainda segundo ele, os eleitores com viés de esquerda devem apoiar Emanuel Pinheiro.
“A esquerda vai com Emanuel, que é mais moderado. Para o lado do Abílio vão as pessoas que é mais da direita e centro e aqueles que têm certa birra com todos os episódios que aconteceram com Emanuel. Já os feridos e magoados vão com Emanuel”, afirmou.
Onofre Ribeiro também acredita que a campanha eleitoral deve ser marcada por ataques entre os candidatos, seguindo a tendência do primeiro turno, de polarização entre Emanuel e Abílio.
“Eu penso que vai ser um segundo turno muito agressivo, é aquele negócio do vale-tudo, vida ou morte, é um mata-mata na verdade”, comentou Onofre. Sobre o peso da questão ideológica no segundo turno, Onofre diz que terá pouca importância, pois os candidatos derrotados tendem a não apoiar Emanuel Pinheiro devido os desgastes do gestor.
Onofre Ribeiro disse acreditar que Abílio deve ser eleito prefeito, pois há uma tradição em Cuiabá de o candidato que fica em primeiro lugar no primeiro turno se eleger no segundo. Caso eleito, ele terá uma base ampla na Câmara de Vereadores de Cuiabá, o que vai permitir a ele fazer uma gestão “disruptiva”.
“O Abílio vem de um mandato só, tumultuado, ele não tem amarrações com grupos. Ele tem possibilidade de ser disruptivo e tem que ser. A personalidade dele é disruptiva, nós vamos experimentar um tempo novo, se ele ganhar [vai chegar] chutando as portas”, comentou.