SÍLVIA DEVAUX
DA REDAÇÃO
Percentual de reeleitos na Câmara de Vereadores de Cuiabá deve ser maior que o de novos eleitos, conforme cientistas políticos ouvidos pela reportagem do #reportermt.
O professor Vinícius de Carvalho acredita que "o percentual de reeleição vai ficar em torno dos 60%. Dentre os 25 vereadores, dos que concorrem nestas eleições pelo menos 15 deles podem ser reeleger e aí, nove, dez ou no máximo 11 serão novos. Eu creio que vai ficar nessa proporção".
A renovação do Legislativo cuiabano que, para o professor Onofre Ribeiro, não será muito significativa, deve ser de aproximadamente 30%. "Os vereadores em exercício fizeram umas arrumações partidárias, que eles acabam comandando todas as cabeças de chapa. Assim, eles comandam todas as coligações", pontuou.
"Vai continuar sendo uma Câmara ruim, inexistente, e num período de gestão complicada com o país em recessão econômica, ressurgindo da pandemia e a cidade sofrendo uma pressão muito grande por mudanças, obras, enfim pela gestão", analisou Onofre ao prever "crise à vista".
Carvalho faz a mesma análise, de quem já tem mandato está em campanha há quatro anos e dispôs de toda estrutura do gabinete ao longo dos quatro anos para reforçar a disputa e também conta com o suporte da Prefeitura.
Assim, os candidatos da oposição concorrem em desvantagem sobre isso, segundo o analista, que ainda lembrou que três dos mais fortes, os vereadores Abílio Júnior (Podemos), Felipe Wellaton (Cidadania) e Marcelo Bussiki (DEM), respectivamente, disputam candidaturas majoritárias a prefeito e vice-prefeitos.
"A disputa maior vai ficar dentro dos partidos, porque acabou a coligação na eleição proporcional dentro de cada legenda que vai ficar a disputa e daí pode vir alguma eventual surpresa: o Democratas vai eleger um, talvez dois, o PP deve ser um ou dois, o PV tenta eleger três talvez quatro", observou.
O único que vê possibilidade de renovação é o professor Haroldo Arruda, em razão do trabalho da oposição na Casa de Leis que, na análise dele, deixou um cenário bastante favorável.
Mas, o professor Haroldo citou alguns fatores que vão fazer ser uma "eleição bastante atípica, mas que absolutamente também pode contribuir e mudar esse cenário" até no dia da eleição.
"Por conta de pandemia, certamente nós teremos uma abstenção entre 20% a 30%; também pela descrença com a política brasileira muito eleitor não vai votar, da facilidade de justificativa do voto pelo e-título e, além da multa ter um valor insignificante de R$ 3,50 que pode ser paga até 30 de janeiro", concluiu.