RAFAEL MACHADO
RAUL BRADOCK
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antonio Joaquim declarou ter sido vítima de uma “tramoia sórdida e covarde” executada pelo ex-governador Pedro Taques (sem partido) e o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para “assassinar sua reputação” com objetivo de impedir sua candidatura ao Governo do Estado, na eleição de 2018.
“Hoje, mais do que nunca, sei que sou vítima de uma trama sórdida e covarde, uma grande farsa, executada por dois bandidos, ex-procuradores do MPF, o então procurador-geral Rodrigo Janot e o senhor Pedro Taques, desencadeada com o único objetivo de impedir a minha presença no processo eleitoral de 2018”, disparou Antonio Joaquim em coletiva, na tarde desta segunda-feira (09).
Ele explicou que mesmo afastado de suas funções do TCE, após a deflagração da operação Malebolge, decidiu continuar com seu projeto político, mas estava aguardando a publicação da aposentadoria.
Antonio Joaquim disse que o ex-governador enrolou cerca de um mês para anunciar que não assinaria a aposentadoria, após consultas ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando a existência da delação do ex-governador Silval Barbosa e o afastamento do Tribunal.
Ele ainda contou que na mesma época, Taques assinou a aposentadoria do deputado Jota Barreto, que também havia sido citado pelo ex-governador em delação.
“Já me citando como culpado, de maneira a impedir o meu usufruto desse benefício, a que eu fazia jus depois de 37 anos de contribuição e 62 anos de idade, sem um processo, sem uma denúncia. Como paralelo, para mostrar e atestar como esse impostor foi rasteiro e ignóbil, o Sr. Pedro Taques, naquela mesma época, tinha acabado de assinar a aposentadoria do saudoso deputado Jota Barreto, que também tinha sido citado na delação”, comentou.
“Como podemos classificar essas duas posturas tão diferentes para situações iguais, senão como uma ação deliberada com intuito de prejudicar alguém?”, questionou.
Antonio Joaquim ainda acusou o ex-procurador-geral, Rodrigo Janot, de prevaricação quando “ignorou, fingiu desconhecer, fechou os olhos” ao não abrir um inquérito contra Pedro Taques que também foi citado na delação de Silval.
“Já tinha prevaricado em 2016, quando o Sr. Alan Malouf fez uma delação, que envolvia de forma arrasadora o Sr. Pedro Taques. O que fez o senhor então procurador-geral da República Rodrigo Janot? Engavetou a delação, ao invés de encaminhá-la prontamente ao ministro Fux”, acusou.
O conselheiro afastado disse que o Janot também prevaricou por não ter pedido investigação contra Pedro Taques ao ser citado na delação do empresário Giovane Guizardi. Ele ainda comentou que Janot baseou em três justificativas para manifestar seu afastamento, como: risco de interferência e de destruição de provas e de intimidação de servidores; risco de continuidade dos supostos crimes; para colher provas para instruir o processo.
Antonio Joaquim e outros quatro conselheiros foram afastados de suas funções após a deflagração da Operação Malebolge, sequência da Operação Ararath.
Os conselheiros são acusados pelo ex-governador Silval Barbosa de terem solicitado propina, no valor de R$ 53 milhões, para aprovação de contas do governo e não criar empecilhos no andamento de projetos e obras do MT Integrado e da Copa do Mundo.
Outro lado
O ex-governador Pedro Taques disse que quem fez a peça processual comunicando o Supremo Tribunal Federal foi a Procuradoria-Geral do Estado, liderada pelo atual secretário de Fazenda do Estado, Rogério Gallo.
“O PGE cumpriu a lei, e eu também, não fizemos nada de errado; não me arrependo de ter assinado”, disse Taques.
"Na realidade, o senhor AJ, com a aposentadoria, queria fugir do Julgamento do STF, que não deixou ele se aposentar, depois da comunicação do Estado; a situação dele, nada tem a ver com a dos outros membros do TCE", acrescentou.
Não conseguimos contato com o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. O espaço está aberto para futuras manifestações.