A Câmara Municipal de Várzea Grande instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o vereador Jânio Calistro (PSD), que está preso há mais dois meses após a deflagração da Operação Cleanup. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por tráfico e associação para o tráfico de drogas.
A portaria que determina o início da apuração foi publicada no Jornal Oficial Eletrônico dos Municípios que circulou nesta quarta-feira (26) e é assinada pela presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, Gisele Barros (PSB).
A comissão foi instaurada para investigar se houve quebra de decoro parlamentar.
“O instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito, objetivando apurar em toda a sua dimensão a prática, em tese, de ato que constitui quebra de decoro parlamentar […], que resultou na prisão preventiva e no consequente indiciamento do Vereador Calistro Lemes do Nascimento, pela prática, em tese, dos crimes previsto nos Arts. 33 e 35, da Lei 11.343/2006”, diz trecho da portaria.
A presidente da Comissão de Ética determinou que o relator da CPI, que ainda não foi escolhido, ouça o delegado de Polícia, Vitor Hugo Bruzulato Teixera, que presidiu o inquérito e os policiais que atuaram na operação que resultou na prisão do vereador.
Além disso, pediu para que fossem juntadas aos autos todas as matérias vinculadas na mídia sobre o assunto. Ela ainda determinou que Jânio fosse notificado para que apresente defesa no prazo de 10 dias.
Cleanup
O vereador foi preso durante a Operação Cleanup, deflagrada no dia 19 de dezembro, para dar cumprimento em 56 ordens judiciais, sendo 23 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão expedidas pela 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, com objetivo de combater a ação de traficantes que atuam principalmente no município.
De acordo com o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixera, o vereador, que é policial civil aposentado, atuava junto ao grupo de traficantes, inclusive, orientando compras e vendas de drogas.
Em janeiro, o desembargador Gilberto Giraldelli, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou o pedido de soltura do vereador e classificou como temerária a possível saída dele da prisão.
Jânio Calistro e outras 32 pessoas foram indiciados pela Polícia Civil por atuação com o tráfico e associação para o tráfico de drogas.