RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
Por maioria, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) por suposta quebra de decoro e obstrução à Justiça, aprovou durante a reunião desta sexta-feira (10) o relatório paralelo que pede a abertura de uma comissão processante de cassação contra o prefeito e o afastamento dele do cargo, no prazo de mínimo de 180 dias, ou até a conclusão dos trabalhos da comissão processante.
Agora o relatório apresentado pelo membro da CPI, vereador Sargento Joelson (Solidariedade), será encaminhado ao presidente da Câmara, vereador Misael Galvão (PTB), que deve colocar em votação aos demais parlamentares em sessão plenária.
Antes, os membros da CPI rejeitaram o relatório apresentado pelo relator, o vereador Toninho de Souza (PSDB), que não enxergou os crimes contra Emanuel e destacou que não cabe aos vereadores investigar fatos que ocorreram antes do mandato de prefeito de Emanuel.
Na leitura de seu voto, Joelson disse que com base nos documentos anexados ao processo e com os depoimentos do ex-governador Silval Barbosa e de seu ex-chefe de gabinete, Sílvio Corrêa, prestados à CPI na Câmara, entendeu que o prefeito fez parte de uma organização criminosa e cometeu o crime de concussão.
"Não resta dúvida que o atual prefeito de Cuiabá, senhor Emanuel Pinheiro, participou de uma quadrilha formada por deputados da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso com a finalidade de cometer crimes", disse.
O presidente da CPI, Marcelo Bussiki (DEM), acompanhou o voto do membro e pediu que fosse inserido no relatório o ato de improbidade administrativa. "O caso ficou evidente que o senhor Emanuel pinheiro enriqueceu ilicitamente e causou prejuízo ao erário bem como violou os princípios norteadores da administração pública devendo assim ser responsabilizado pela conduta", destacou.
Além do pedido de abertura de comissão e afastamento, os membros da CPI pedem que o relatório aprovado seja encaminhado ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Polícia Federal e Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz) para abertura de processo para investigar os crimes de organização criminosa, concussão e atos de improbidade administrativa contra o prefeito.
CPI
O objetivo da comissão é apurar em que circunstâncias o vídeo em que Emanuel, na ocasião deputado estadual, aparece recebendo maços de dinheiro do então chefe de gabinete do governo Silval Barbosa, Sílvio Corrêa. Corrêa disse que o dinheiro era propina.
A CPI começou os trabalhos em 2017, mas no mesmo ano a apuração foi suspensa devido a possíveis irregularidades na composição dos membros. No ano passado retomou com novos integrantes, mas foi suspensa pela Justiça novamente. Em janeiro, a desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Helena Maria Bezerra Ramos, revogou liminar e autorizou a retomada da CPI.
OUTRO LADO
Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito afirmou que não irá se manifestar sobre o assunto.
Atualizada às 12h34