RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) criticou, nesta segunda-feira (29), a decisão judicial que determinou quarentena coletiva obrigatória na Capital e em Várzea Grande, para conter a disseminação do vírus. Emanuel disse que a decisão do juiz José Leite Lindote, da Vara Estadual de Saúde Pública, foi determinada sem nenhum estudo técnico e epidemiológico e que ela poderá colocar a perder os estudos realizados pela equipe o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção da Covid-19.
"O que não dá é todo um trabalho técnico de quem tem o voto popular e a responsabilidade para isso, que tem uma equipe técnica com capacidade epidemiológica, sanitária para respaldar o prefeito para tomarmos grandes decisões, ser surpreendido com uma decisão judicial sem nenhum estudo técnico, sem estudo epidemiológico, sem nenhuma medida sanitária que respalde essa decisão que pode colocar a perder todo um trabalho que está dando resultado", disse.
Em entrevista à Rádio Metrópole FM, Emanuel voltou a argumentar que o problema da disseminação do contágio está no interior e que não segue medidas restritivas e não tem capacidade hospitalar para tratar seus pacientes, que migram para o atendimento de saúde em Cuiabá.
Emanuel apresentou um levantamento de que Cuiabá no início da pandemia representava 63% do total de casos confirmados em Mato Grosso, e que em junho, três meses depois, a cidade representa 24%. Ele comentou que isso aconteceu porque as medidas de isolamento sociais foram aplicadas no momento correto e caso não fossem adotadas naquele momento o número cinco vezes maior.
"A interiorização do vírus é o grande drama que Mato Grosso vai enfrentar daqui pra frente", destacou.
Ele comentou que o interior precisa de maior apoio das autoridades estaduais e federais e que os municípios tivessem seguido Cuiabá o drama seria muito menor.
Não adianta fechar Cuiabá, trancar a população dentro de casa, e abrir o Estado inteiro. O interior vai continuar vindo pra cá, porque não tem opção, vai continuar superlotando os nossos leitos de UTI e vai continuar esse drama no nosso Estado. O pior é a população cuiabana travada, presa dentro de casa, e a economia esfacelando, e as empresas quebrando e os trabalhadores correndo risco do fantasma do desemprego e faltar dinheiro para comprar alimentos e dinheiro para sequer pra comprar produtos de higiene pessoal para ajudar dentro de casa combater a proliferação da covid-19", complementou.