MÁRIO ANDREAZZA
DA REDAÇÃO
O empresário Wagner Florêncio Pimentel havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), no âmbito da “Operação Crédito Podre”, um mês antes ser executado a tiros no dia 9 de fevereiro, no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá.
A informação consta em um despacho do juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, assinado na segunda-feira (23). No documento o magistrado acata o pedido do MPE e determina que a colaboração de Wagner seja juntada na ação penal decorrente da operação que investiga 18 réus por sonegação fiscal ao comercializar produtos agrícolas sem o recolhimento do Imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS).
A solicitação para que o acordo de delação fosse juntado ao processo foi feito pelo Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa do MPE.
“Considerando que o requerimento [...], em que o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, solicitou o compartilhamento de provas que façam referência ao Termo de Colaboração Premiada de Wagner Florêncio Pimentel, [...], DETERMINO o seu desentranhamento, procedendo a juntada nos autos correspondentes”, determinou o juiz Jorge Luiz Tadeu.
Wagner Florêncio era considerado o líder do grupo que comandava o esquema que sonegou aproximadamente R$ 140 milhões em impostos causando grandes danos ao erário.
“Queima de arquivo”
A polícia não descarta que o assassinato do empresário e delator tenha sido uma queima de arquivo, devido à atividade do empresário, que fornecia notas fiscais frias para empresas ligadas ao agronegócio.
Operação “Crédito Podre”
Deflagrada em dezembro de 2017, empresários, contadores, comerciantes e corretores tiveram mandados de prisão e de busca e apreensão decretados na Operação "Crédito Podre”.
À época, foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 34 ordens de busca e apreensão e 9 conduções coercitivas, todos expedidos pela Vara do Crime Organizado (7ª Vara) de Cuiabá.
As investigações conduzidas pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) apuram fraudes na comercialização interestadual de grãos (milho, algodão, feijão, soja, arroz, milho, painço e girassol), com sonegação de mais de R$ 140 milhões em Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).