26 de Agosto de 2019, 08h:29 - A | A

Repórter MT / MÁFIA NA SEDUC

Ex-secretário usou propina para pagar dívida de R$ 100 mil com primo

Propina era cobrada de empresários como forma de liberar o pagamento da Seduc por obras realizadas.

MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO



O ex-secretário de Estado de Educação Permínio Pinto revelou, em novo depoimento à 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que parte das propinas arrecadadas pelo seu ex-assessor, Fábio Frigeri, foram utilizadas para pagar suas dívidas pessoais. Permínio tinha um débito de R$ 100 mil com um primo, segundo ele.

O ex-secretário contou que estava sendo cobrado, então pediu ajuda de Frigeri para quitar as pendências financeiras. Permínio relata que na época disse a Fábio: “Eu preciso fazer um pagamento para uma pessoa que me emprestou um dinheiro, há um tempo. Preciso que você me empreste esse dinheiro de alguém, que arrume o dinheiro para mim ‘é fulano’ e você pode fazer o pagamento direto”, declarou.

“Sabia que ele ia levantar por propina. Apenas uma parte da dívida foi paga. Cerca de 40%”, confirmou o réu para a juíza Ana Cristina Mendes da Silva.

Segundo os autos do processo, o dinheiro das propinas destinado às contas de Permínio, veio do empresário e colaborador premiado, Ricardo Augusto Sguarezi, dono da empreiteira Aroeira.

Sguarezi repassou três cheques a Frigeri, sendo dois no valor de R$ 10 mil e um de R$ 20 mil, totalizando R$ 40 mil, entre os meses de março e outubro de 2015.

Ao ser questionado, Permínio confirmou que Fábio Frigeri era seu homem de confiança, que não se envolvia em certos detalhes e deixava nas mãos do seu ‘braço direito’ para que ele resolvesse.

Sobre o que devia a seu primo, ele alega que nunca terminou de pagar, mas que não voltou a ser cobrado. O ex-secretário explicou que o único que pode passar valores exatos é Frigeri, já que ele não se envolvia nas minúcias.

A magistrada o contrapôs, colocando que a palavra de Frigeri seria lei, e o réu assentiu.

Ricardo Sguarezi tinha valores para receber da Seduc, por obras feitas por sua empresa. Para que os pagamentos fossem liberados foi cobrada uma propina de 5% dos saldos, aceito por Sguarezi.

 

Sendo assim, ele recebeu quatro parcelas e repassou os cheques a Fábio Frigeri.

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