RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
Investigação feita pela Força Tarefa da Polícia Civil revelou que o delegado aposentado e ex-secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, figura em 5 dos 7 inquéritos que apuram o esquema de escutas clandestinas em Mato Grosso - chamado de Grampolândia Pantaneira.
Rogers é acusado de obstruir as investigações do caso por 24 vezes. O pedido de prisão não foi aceito, porém, o investigado passou, pela segunda vez, a usar tornozeleira eletrônica por determinação do juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
“Atualmente temos 07 (sete) inquéritos policiais e o suspeito Rogers Jarbas figura em 05 deles, ou seja, na maioria dos procedimentos instaurados, sendo 04 inquéritos ainda em andamento e um com denúncia oferecida. Desta forma, resta demonstrado o quanto ele ocupa uma função relevante na organização criminosa e tem se empenhado em dificultar/impedir as investigações”, consta no pedido de prisão, assinado pelas delegadas Jannira Laranjeira e Ana Cristina Feldner.
Conforme noticiado pelo #reportermt, as investigações revelaram que Rogers Jarbas só se tornou secretário para ‘blindar’ líderes dos grampos.
A denúncia das escutas ilegais foi feita pelo então secretário Mauro Zaque, que deixou o cargo na gestão do governador Pedro Taques (PSDB) por não concordar com o suposto esquema. Taques teria sido o maior beneficiário.
Os policiais militares envolvidos no esquema afirmam que partiu do tucano a ordem para montar o escritório de interceptações clandestinas para favorecê-lo nas eleições de 2014.
O cargo de Jarbas na Secretaria de Segurança, segundo o pedido de prisão, era ponto estratégico para que Taques conseguisse proteger, blindar ou atrapalhar todo processo de investigação referente à Grampolândia.
“A organização criminosa teria percebido que para a manutenção da mesma e preservação de seus integrantes, ter um Secretário de Estado de Segurança Pública que gozasse da confiança da ORCRIM tornou-se prioridade. Assim, por um breve espaço de tempo, cerca de três meses, o cargo foi ocupado pelo então promotor Fábio Galindo, que participou do secretariado de Mauro Zaque. Porém, na sequência, houve a nomeação de Rogers Jarbas, com o nítido intuito de proteger a organização criminosa, fechando o flanco que havia”, consta na denúncia.