31 de Julho de 2020, 11h:08 - A | A

Repórter MT / JUSTIÇA A PASSOS LENTOS

Juíza que completou 30 anos no judiciário é aposentada por baixa produtividade

Decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso é contra Flávia Catarina Oliveira de Amorim Reis, que estava desde 2016 está na Vara de Execução Fiscal

RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO



Por maioria dos votos, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu aposentar compulsoriamente a juíza Flávia Catarina Oliveira de Amorim Reis, da Vara Especializada de Execução Fiscal de Cuiabá, por apresentar baixa produtividade.

A decisão ocorreu durante sessão realizada nesta quinta-feira (30). O processo contra magistrada tramita em segredo de Justiça. Ela completou, em abril deste ano, 30 anos de magistratura.

Em nota, a Associação Mato-Grossense de Magistrados (AMAM) externou solidariedade à juíza e ressaltou que ela irá recorrer da decisão. "A magistrada aguardará serenamente a decisão final em relação ao processo administrativo", diz trecho da nota.

A juíza Flávia Catarina Oliveira Amorim Reis ingressou no Judiciário aos 22 anos, em 1985, como assessora da Terceira Vara Cível de Cuiabá. No ano seguinte tornou-se diretora administrativa, financeira e patrimonial do recém inaugurado Fórum de Várzea Grande e em 1987 atuou como magistrada dativa no Juizado de Pequenas Causas em Cuiabá. Depois do concurso da magistratura, passou por diversas comarcas, como Nortelândia, Arenápolis, Nobres, Rosário Oeste, Mirassol D’Oeste e Cáceres, até chegar a 10ª Vara Criminal de Cuiabá, onde atuou por 18 anos. Desde 2016 está na Vara de Execução Fiscal.

Em entrevista à imprensa do Tribunal de Justiça, sobre os 30 anos de magistratura, afirmou ter a "sensação de dever cumprido, de que estou no lugar certo, fazendo as coisas certas, servindo ao povo através da minha dedicação”.

Flávia Catarina, que começou a trabalhar como estagiária aos 18 anos, lembra toda a evolução tecnológica pela qual o Judiciário passou ao longo das últimas três décadas. Quando começou, ainda haviam máquinas de escrever. Depois veio a fase das máquinas elétricas e, muitos anos depois, dos computadores de mesa. Ela se lembra, inclusive, de ter adquirido algumas unidades para os servidores de seu gabinete. “Não adiantava eu fazer tudo rápido no computador e na secretaria ainda ser máquina de escrever. Agora estamos no paraíso perto do que já enfrentamos, os oficiais de Justiça recebem mandado no celular, os advogados são intimados de forma on line. É tudo diferente. Agora estou torcendo para que venha energia solar para os fóruns. Nesses 30 anos vi tudo isso acontecer, mas sei que ainda vamos progredir muito mais”, enfatizou.

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