08 de Novembro de 2019, 10h:57 - A | A

Repórter MT / JULGAMENTO DE PMS

Líderes dos grampos ‘espionam’ e atrapalham investigações, diz juiz

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



Na decisão que condenou o ex-comandante Geral da PM, coronel Zaqueu Barbosa, a 8 anos de prisão, e absolveu outros quatro policiais militares, o juiz Marcos Faleiros - da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar - citou que as verdadeiras ‘lideranças’ do grupo de arapongagem possuem meios para ‘espionar’ e tentar atrapalhar as investigações por serem parte no processo .

O esquema de grampos telefônicos ficou conhecido como Grampolândia Pantaneira e foi montado em meados de 2014 para espionar políticos, advogados, jornalistas e outras pessoas com foco inicial nas eleições daquele ano.

 No relatório da decisão, proferida na quinta-feira (07), o juiz afirma que conforme as investigações avançam, passam a surgir falsas pistas, informações sem relevância e outros pontos com objetivo claro de “desorientar, esconder ou desviar as investigações”.

 “Cremos que o grupo de arapongagem possui um lastro próprio para acompanhar as investigações e desviar o seu caminho, e, quando se está próximo da verdade, vem uma obstrução qualquer, por exemplo, cito a tentativa de gravação ambiental audiovisual do Desembargador Orlando Perri, que estava à frente do caso, numa trama cinematográfica que envolvia a utilização de uma farda da PMMT com um sistema de microcâmara e áudio acopladas na vestimenta militar”, consta na decisão.

Na noite de quinta-feira, o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, foi condenado por liderar o escritório de escutas clandestinas. Já os coronéis Evandro Lesco, coronel Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antonio Edwiges Batista foram absolvidos das acusações. O cabo Gerson Correa Júnior recebeu perdão judicial mesmo sem acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE).

Gerson, Lesco e Zaqueu confessaram participação e detalharam como as escutas clandestinas funcionavam. Eles afirmam que o escritório clandestino foi montado a mando do grupo político de Pedro Taques (PSDB), tendo seu primo, o advogado Paulo Taques, considerados idealizadores e executores do esquema. Cabe ressaltar que Zaqueu foi comandante geral da PM na gestão Taques.

Além desta decisão na Justiça Militar, ainda corre processos referentes à Grampolândia Pantaneira na 7ª Vara Criminal, além de investigações no âmbito da Polícia Civil e do Ministério Público.

 

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