17 de Outubro de 2019, 11h:33 - A | A

Repórter MT / ESQUEMA EM SINOP

Martinelli pagou empreiteira por obras inacabadas e pode ser cassada

KAROLLEN NADESKA
DA REDAÇÃO



O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou obras não executadas no município de Sinop (500 km de Cuiabá), apresentado na última segunda-feira (14), pede a cassação da prefeita Rosana Martinelli (PL) por autorizar, segundo o documento, pagamentos irregulares à empresa Águia Engenharia.

O repasse teria causado prejuízo no montante de R$ 571, 8 mil ao erário, segundo o documento.

O relatório concluiu, que por meio de uma inspeção in loco, foi possível constatar que todas as obras do projeto tiveram irregularidades e continuam inacabadas na cidade.

Além disso, a comissão aponta no documento uma conduta irresponsável por parte do engenheiro da Prefeitura, Wilson Terumassa Kubota, fiscal do contrato à época dos fatos, na fiscalização direta para efetuação e elaboração de planilha de medições para pagamentos das obras não executadas nas quatro Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Segundo os parlamentares, ele teria assinado a planilha de medições sem ter fiscalizado as obras.

Ainda conforme o relatório, a comissão investigou na ordem cronológica os pagamentos das quatro UBSs dos bairros Jardim Safira, Residencial Montreal Park, Jardim Menino Jesus 2, Camping Clube; e as construções na Escola Gente Feli; Centro de Monitoramento; Escola Infantil Nações e reforma da Câmara Municipal de Sinop, sendo que nenhuma delas foi entregue no prazo.

O prejuízo financeiro causado ao erário, segundo o relatório, teria sido distribuído da seguinte forma:

 

UBS Jd. Safira – R$ 42.332,35;

·         UBS Residencial Montreal Park – R$ 45.290,18;

·         UBS Jd. Menino Jesus II – R$ 136.156,40;

·         UBS Camping Clube – R$ 129.958,69;

·         Escola Gente Feliz – R$ 140.804,32;

·         Centro de Monitoramento – R$ 23.408,82;

·         Escola Infantil Nações – R$ 28.102,18;

·         Câmara Municipal de Sinop (Reforma) – R$ 23.089,06. 

 

Feito isso, o presidente da CPI pediu providências dos órgãos competentes como, por exemplo, o Ministério Público Federal (MPF-MT) – em razão do emprego e da utilização de recurso federal nas obras –, e Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) - para possível tomada de contas. Os membros também recomendaram a abertura de um procedimento de investigação contra a chefe do Poder Executivo.

A CPI

Os trabalhos da CPI iniciaram em março deste ano, após o surgimento de uma denúncia sobre irregularidades no pagamento de várias obras da prefeitura.

O principal objetivo era descobrir se os repasses financeiros estavam sendo feitos de forma irregular à Águia Engenharia.

No entanto, a comissão formada pelos vereadores Dilmair Callegaro (PSDB), o presidente, Leonardo Visera (PP), relator e pelos membros, Lindomar Guida (MDB), Maria José da Saúde (MDB), e Professora Branca (PL), concluíram que houve ilicitude e desperdício de dinheiro público na ordem de meio milhão.

Devido às irregularidades, os parlamentares pedem a devolução de 50% dos valores gastos com as obras e a abertura de um processo de investigação contra a prefeita Rosana Martinelli por suposta improbidade administrativa.

O relatório foi votado entre todos os membros da comissão que ao final foi aprovado, inclusive por parlamentares da base aliada da prefeita.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeita de Sinop que, disse que Rosana Martinelli ainda não foi notificada pela Câmara para prestar esclarecimento sobre os fatos.

Comente esta notícia



GRUPO ANDRÉ MICHELLS

Rua das Orquídeas, 247 Bosque da Saúde Cuiabá - MT 78050-010

(65)33583076

RepórterMT
G5 NEWS
CONEXÃO PODER