RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (DEM) desafiou os representantes dos setores econômicos do Estado que apresentem informações sobre os reajustes que resultaram no aumento dos preços dos produtos, principalmente do etanol e medicamentos. Algumas categorias afirmam que o aumento é reflexo da lei complementar 631/19 que reinstituiu os incentivos fiscais.
O democrata convocou uma audiência pública na próxima quinta-feira (30), no Palácio Paiaguás, para discutir o assunto.
O setor do comércio explica que a alta nos preços é resultado da nova legislação que aumentou o ICMS, no entanto, o governador rebateu dizendo que a medida não elevaria tanto os preços, como tem ocorrido.
“Está feito o desafio. Semana que vem, vamos convocar todos esses setores, vamos colocar os técnicos da Secretaria de Fazenda, o secretário de Fazenda [Rogério Gallo], para fazer um debate público para esclarecer de uma vez por todas. A partir de hoje, estaremos convocando os representantes e o governo vai mostrar na frente da imprensa, para transmitir isso ao vivo, sobre o que o governo fez e os preços que estão sendo praticado. E aí vai ficar claro de quem é a culpa desses aumentos”, disse durante entrevista a Rádio Vila Real, nesta sexta-feira (24).
Mauro reiterou que Mato Grosso é um dos Estados que tem a menor alíquota de ICMS no etanol do país. Ele explicou que a diminuição do incentivo elevou o ICMS pra 2%, o que, segundo ele, resultaria no aumento do litro do combustível de R$ 0,05.
“Tínhamos uma alíquota em todo o Brasil, em torno de 25% a 18%. Em Mato Grosso era 10,5%, era a menor alíquota do Brasil, nós passamos para 12,5, subiu 2% que significa R$ 0,05, mas o preço na bomba subiu R$ 0,60. Desafio ao setor do álcool sentar na frente da imprensa para debater esses números”, reiterou.
O governador destacou que delações premiadas detalham sobre a venda dos incentivos fiscais para alguns setores do comércio. Ele alegou que essa prática não iria continuar na sua gestão.
“Na delação, só não me lembro se era do Silval Barbosa ou do Pedro Nadaf, que para determinados setores do comércio foi vendido incentivo fiscal. Pagaram, se não me engano, R$ 2 milhões. Agora, esses setores querem que este governo, que presa pela moralidade, para fazer a coisa certa, mantenha esses incentivos fiscais que eles pagaram propina para governos anteriores. Me respeitem”, disse.