RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (DEM) reforçou que o Estado será intolerante com o desmatamento ilegal. Ele destacou que a intenção do Executivo é criar uma plataforma para zerar, nos próximos anos, a prática em Mato Grosso.
“Seremos intolerantes com o desmatamento ilegal. Queremos, nos próximos anos, construir aqui uma plataforma aonde nosso objetivo é ter 100% desmatamento ilegal zero”, disse durante Encontro dos Comandantes-Gerais dos Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal junto com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta quinta-feira (21).
O democrata ainda comentou sobre os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), através dos dados gerados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), sobre a estimativa da taxa de desmatamento para os nove estrados que compõem a Amazônia Legal.
Segundo o levantamento, entre o período de agosto de 2018 a julho de 2019, Mato Grosso ocupou a segunda colação com 1.685 km² na estimativa do desmatamento.
O governador disse que os dados calculam todos os tipos de desmatamento, inclusive, as consideras legais e os irregulares e, por isso, pediu cautela na análise das informações.
“Precisamos todos compreender que existe uma diferença muito grande, porque ali aparece o desmatamento total. E o que é legal? E o que é, mesmo não sendo ilegal, mas ele pode ser apenas um desmatamento irregular? Porque o cidadão que desmatou ele teria o direito, ele tem o direito de desmatar 20%. Talvez ele não pegou a licença da Sema [Secretaria de Estado de Meio Ambiente], torna aquilo ilegal porque está sem licença, mas ele é ilegal/irregular porque ele tem o direito pelo Código Florestal Brasileiro desmatar se for numa região amazônica 20%, se for região de serrado 65%”, explicou.
“Se ele não obteve a autorização ele está irregular/ilegal. Temos que saber que este número engloba tudo, e se estiver legal, se tiver autorização vamos proibir que as pessoas exerçam o direito legal de desmatar?”, questionou.
O governador disse ainda que nos próximos meses os governos da região da Amazônia, com a articulação do Governo Federal, estão trabalhando para abrir os números e “mostrar uma estratificação daquilo que é ilegal, aquilo que é irregular e aquilo que está autorizado legalmente e é um direito que o cidadão, proprietário de uma terra”.