22 de Agosto de 2019, 11h:42 - A | A

Repórter MT / DESVIO DE R$ 600 MIL

PF aponta que Valtenir seria líder de esquema de propina em prefeituras

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) a Operação Tapiraguaia que, tem como alvo o ex-deputado, prefeitos e empresário da região "Araguaia".

KAROLLEN NADESKA
DA REDAÇÃO



O ex-deputado federal Valtenir Pereira (MDB), alvo da Operação Tapiraguaia deflagrada nesta quinta-feira (22) pela Polícia Federal, é apontado como líder do esquema criminoso que desviou cerca de R$ 600 mil, mediante propina, das Prefeituras de Serra Nova Dourada e Confresa (1067 km distante de Cuiabá), juntamente com ex-prefeitos e empresários do setor de logística.

Agentes federais cumpriram mandado de busca e apreensão contra o ex-parlamentar, no início da manhã, e mandados de prisão contra o ex-prefeito de Confresa (1.156 km de Cuiabá) Gaspar Lazzari (PSD) e o assessor parlamentar Marcelo Luiz Faustino.

Conforme a PF, documentos apreendidos levaram a suspeita de que Valtenir montou um grandioso esquema de corrupção entre os anos de 2014 a 2016 que teria lesado os cofres em R$ 600 mil.

As investigações mostram também que o então deputado teria viabilizado a realização de convênios entre o Ministério da Integração Nacional – Secretaria Nacional da Defesa Civil e as prefeituras, amparando-se na justificativa de construção de pontes de concreto emergenciais, devido às enchentes provocadas pelas chuvas.

Doze mandados de busca e apreensão, três prisões preventivas e sete medidas cautelares foram cumpridos nos municípios mato-grossenses de Cuiabá, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás e também em Brasília/DF. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Barra do Garças, que também determinou o sequestro de bens e valores.

Os prefeitos, beneficiados com os recursos federais, realizavam licitações repletas de irregularidades, combinando previamente com os empresários contratados para a execução das obras. Os políticos exigiam propinas a essas pessoas, na medida em que fossem realizados os pagamentos.

Os valores utilizados nas propinas provinham na maioria das vezes de medições fraudulentas, como atestados de serviços não realizados ou realizados a menor. Os montantes eram repassados aos gestores municipais e ao ex-deputado, por meio de depósitos/transferências em contas de terceiros.

A análise policial também aponta a emissão de cheques, entregas de dinheiro em espécie e até mesmo pagamento de boletos e contas dos gestores públicos (contas de energia, boletos de estabelecimentos comerciais, dívida em hotéis, etc). Os valores repassados ao deputado eram, em regra, depositados em contas bancárias de seus assessores ou de empresas a eles vinculadas, sendo que uma das empresas é fantasma.

Ainda segundo a PF, os assessores e as respectivas empresas recebiam valores avulsos das prefeituras por suposta prestação de serviços de assessoria e consultoria para liberarem as parcelas dos convênios por meio de lobby.

As obras da prefeitura de Confresa teriam gerado em torno de R$ 413 mil em propinas, enquanto as de Serra Nova Dourada o montante de R$ 187 mil.

Outro lado

O então suplente Valtenir Pereira (MDB) se pronunciou por meio de nota no Instagram afirmando estar "surpreso" com as diligências que foram realizadas em sua casa nesta manhã, no "dia do aniversário de sua filha".

Além disso, Valtenir alega que não possui nenhuma ligação com a organização e que está "tranquilo" quanto às investigações.

Confira a nota

Fiquei surpreso com a diligência que foi realizada em minha residência nessa manhã do dia 22/08/19, dia do aniversário da minha Filha.

Estou absolutamente tranquilo porque não fiz nada de errado. A relação que tenho com as prefeituras em questão é institucional.

Tudo será devidamente esclarecido na instância adequada. Estou à disposição das autoridades e confio na Justiça!

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