DA REDAÇÃO
Juiz da Vara Estadual da Saúde Pública de Mato Grosso, José Luiz Leite Lindote, afirma que o presidente da Assembleia de Deus em Mato Grosso, pastor Sebastião Rodrigues de Souza, que morreu no dia 8 de julho em Cuiabá, vítima da covid-19, “é digno e merecedor das maiores homenagens”, mas enfatiza que o sepultamento dele, com a participação de mais de cinco mil pessoas, inclusive com o secretário de Ordem Pública da Capital, Leovaldo Sales, “sem dúvida contribuiu para disseminação do vírus”.
O juiz destaca que a Polícia Militar e a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), com anuência do secretário Sales, deveriam impedir qualquer tipo de aglomeração, mas fizeram o contrário. Sales é coronel aposentado da Polícia Militar.
Lindote usou a palavra do próprio secretário para criticar duramente o fato. “...trataram-se o evento como um ato excepcional (dados extraídos da imprensa local), o que certamente é contrário ou não contribui ao combate à covid-19”.
Sales, em entrevista após o sepultamento, afirmou que foi ele quem organizou a cerimônia e admitiu que fez discurso, inclusive foi filmado. Considerou que a “excepcionalidade” da morte do líder religioso justificou a quebra das regras. Admitiu que muita gente pode ter sido infectada naquele momento, mas que a contaminação também é justificada pela “excepcionalidade”.
Por causa do sepultamento, Sales e o prefeito Emanuel Pinheiro foram multados em R$ 100 mil cada um. O juzi considerou que o prefeito foi omisso nesta ocasião. Outra multa foi aplicada ao prefeito, de mais R$ 100 mil, porque, segundo o juiz, ele não cumpriu a determinação judicial.