20 de Julho de 2020, 08h:20 - A | A

Repórter MT / ‘LOCKDOWN’ DO COMÉRCIO

Prefeitura aponta jogada política e incentiva população acionar Justiça

Nota do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus em Chapada dos Guimarães explica que as medidas foram ‘relaxadas’ e, por isso, elevaram o nível das medidas neste final de semana.

MÁRIO ANDREAZZA
DA REDAÇÃO



Em resposta ao ‘lockdown’ forçado por empresários de estabelecimentos tidos como essenciais, mercados, distribuidoras, farmácias, postos de combustíveis, entre outros, a Prefeitura de Chapada dos Guimarães alegou que “o movimento deve ser político e tem o objetivo de desestabilizar as medidas de proteção à saúde pública” e ainda ressaltou que o cidadão que se sentir “prejudicado” pode acionar o estabelecimento judicialmente.

O comunicado foi feito por meio de nota e publicado numa postagem no perfil da prefeitura na rede social Facebook.

Na nota, o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus do município explica que estava trabalhando com medidas de segurança de “nível muito alto” durante a semana, porém, atenderam a solicitação de vereadores e abriram para que além dos estabelecimentos essenciais que funcionam, de maneira controlada, bares e restaurantes fossem autorizados a voltar a atender em regime de delivery.

No entanto, meio que compensando o relaxamento das medidas nos dias de semana, a prefeitura apertou mais as medidas no final de semana, que começou a valer das 17h da última sexta-feira (17), quando foi proibido que a população fosse aos mercados, distribuidoras, farmácias, podendo estes estabelecimentos apenas atender por entrega.

O Executivo municipal entendeu que a aliança dos postos de combustíveis como uma jogada política e alega que “vai na contramão do que de fato é constatado em lei, uma vez que é considerado como um serviço essencial à população”.

Enfim, o comunicado da prefeitura termina reiterando; “Considerando que estamos em quarentena coletiva obrigatória à circulação das pessoas está restrita e, portanto, sair de casa não é recomendável”.

Outro lado 

Supermercado, mercearias, distribuidoras e demais serviços considerados essenciais neste período de pandemia da covid-19, como farmácias e postos de combustíveis, do município de Chapada dos Guimarães (65 km da Capital), fecharam suas portas nesse sábado (18) e não irão atender à população durante todo o final de semana, boicotando o decreto Municipal 059/2020, assinado pela prefeita Thelma de Oliveira (PSDB), que permite apenas as vendas por entrega em domicílio (delivery).

Os empresários, em nota à imprensa, ainda pedem apoio à população para que forcem a prefeitura e vereadores a autorizarem as vendas dentro dos estabelecimentos, assim como é feito durante a semana, apontando a falta de logísticas e diversas dificuldades para atenderem a alta demanda de pedidos no município. Leia reportagem completa.

Veja nota na íntegra

“O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus de Chapada dos Guimarães vem a Público esclarecer à população que estávamos adotando as medidas do NÍVEL MUITO ALTO, quando houve a solicitação por parte dos vereadores para adotar medidas de NÍVEL ALTO durante a semana, e com as duras restrições de fechamento do comércio somente à partir de sexta-feira às 17hs até domingo.

Levando em consideração uma reivindicação do próprio comércio em liberar o sistema de delivery para os bares, restaurantes e estabelecimentos congêneres, o comitê na sexta(17) abrandou o pedido e aprovou o sistema de entregas também para esta categoria do comércio.

Hoje domingo (19), houve a decisão dos Supermercados, Farmácias, Postos de Combustíveis e Distribuidoras de não entregar mais e nem abrir as suas portas alegando uma falta de estrutura de ordem logística e particular.

A decisão dos postos de combustíveis em se somar aos mercados e distribuidoras é política e vai na contramão do que de fato é constatado em lei, uma vez que é considerado como um serviço essencial à população.

Isso deixa claro que o movimento deve ser político e tem o objetivo de desestabilizar as medidas de proteção à saúde pública causando mais dificuldades e conflitos à população neste tempo de pandemia.

A decisão dos postos de combustíveis e farmácias em se somar aos Supermercados e Distribuidoras é ilegal e cada pessoa que se sentir prejudicada pode acionar os estabelecimentos judicialmente.

Os postos de combustíveis se prontificaram, a continuar abastecendo os carros oficiais que estão prestando serviço, e atender qualquer emergência.

Considerando que estamos em quarentena coletiva obrigatória a circulação das pessoas está restrita e, portanto, sair de casa não é recomendável”.

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