MÁRIO ANDREAZZA
DA REDAÇÃO
Em resposta ao ‘lockdown’ forçado por empresários de estabelecimentos tidos como essenciais, mercados, distribuidoras, farmácias, postos de combustíveis, entre outros, a Prefeitura de Chapada dos Guimarães alegou que “o movimento deve ser político e tem o objetivo de desestabilizar as medidas de proteção à saúde pública” e ainda ressaltou que o cidadão que se sentir “prejudicado” pode acionar o estabelecimento judicialmente.
O comunicado foi feito por meio de nota e publicado numa postagem no perfil da prefeitura na rede social Facebook.
Na nota, o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus do município explica que estava trabalhando com medidas de segurança de “nível muito alto” durante a semana, porém, atenderam a solicitação de vereadores e abriram para que além dos estabelecimentos essenciais que funcionam, de maneira controlada, bares e restaurantes fossem autorizados a voltar a atender em regime de delivery.
No entanto, meio que compensando o relaxamento das medidas nos dias de semana, a prefeitura apertou mais as medidas no final de semana, que começou a valer das 17h da última sexta-feira (17), quando foi proibido que a população fosse aos mercados, distribuidoras, farmácias, podendo estes estabelecimentos apenas atender por entrega.
O Executivo municipal entendeu que a aliança dos postos de combustíveis como uma jogada política e alega que “vai na contramão do que de fato é constatado em lei, uma vez que é considerado como um serviço essencial à população”.
Enfim, o comunicado da prefeitura termina reiterando; “Considerando que estamos em quarentena coletiva obrigatória à circulação das pessoas está restrita e, portanto, sair de casa não é recomendável”.
Outro lado
Supermercado, mercearias, distribuidoras e demais serviços considerados essenciais neste período de pandemia da covid-19, como farmácias e postos de combustíveis, do município de Chapada dos Guimarães (65 km da Capital), fecharam suas portas nesse sábado (18) e não irão atender à população durante todo o final de semana, boicotando o decreto Municipal 059/2020, assinado pela prefeita Thelma de Oliveira (PSDB), que permite apenas as vendas por entrega em domicílio (delivery).
Os empresários, em nota à imprensa, ainda pedem apoio à população para que forcem a prefeitura e vereadores a autorizarem as vendas dentro dos estabelecimentos, assim como é feito durante a semana, apontando a falta de logísticas e diversas dificuldades para atenderem a alta demanda de pedidos no município. Leia reportagem completa.
Veja nota na íntegra
“O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus de Chapada dos Guimarães vem a Público esclarecer à população que estávamos adotando as medidas do NÍVEL MUITO ALTO, quando houve a solicitação por parte dos vereadores para adotar medidas de NÍVEL ALTO durante a semana, e com as duras restrições de fechamento do comércio somente à partir de sexta-feira às 17hs até domingo.
Levando em consideração uma reivindicação do próprio comércio em liberar o sistema de delivery para os bares, restaurantes e estabelecimentos congêneres, o comitê na sexta(17) abrandou o pedido e aprovou o sistema de entregas também para esta categoria do comércio.
Hoje domingo (19), houve a decisão dos Supermercados, Farmácias, Postos de Combustíveis e Distribuidoras de não entregar mais e nem abrir as suas portas alegando uma falta de estrutura de ordem logística e particular.
A decisão dos postos de combustíveis em se somar aos mercados e distribuidoras é política e vai na contramão do que de fato é constatado em lei, uma vez que é considerado como um serviço essencial à população.
Isso deixa claro que o movimento deve ser político e tem o objetivo de desestabilizar as medidas de proteção à saúde pública causando mais dificuldades e conflitos à população neste tempo de pandemia.
A decisão dos postos de combustíveis e farmácias em se somar aos Supermercados e Distribuidoras é ilegal e cada pessoa que se sentir prejudicada pode acionar os estabelecimentos judicialmente.
Os postos de combustíveis se prontificaram, a continuar abastecendo os carros oficiais que estão prestando serviço, e atender qualquer emergência.
Considerando que estamos em quarentena coletiva obrigatória a circulação das pessoas está restrita e, portanto, sair de casa não é recomendável”.