DA REDAÇÃO
Secretário Chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho acusou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), de fazer teatro durante as lives e não apresentar medidas concretas de combate à pandemia de coronavírus. Disse que Emanuel usa as lives apenas para atacar o governo e que ao se autointitular o novo "líder" estadual do enfrentamento à covid-19 “esqueceu de uma situação muito importante: ele não é exemplo de nada e muito menos um bom ator”.
Na live da última quarta-feira (10), o prefeito anunciou o toque de recolher a partir deste sábado (13), por um período de 15 dias, a prorrogação da suspensão das aulas por mais 30 dias e a mudança de horário de funcionamento de alguns setores. Por fim, afirmou que estava assumindo a liderança do combate ao novo coronavírus a nível estadual. Disse que o Estado não possui um líder, “e o que está aí não sabe e não quer liderar”.
Como resposta, Mauro Carvalho escreveu um artigo onde cobra explicações do prefeito em vários pontos e reafirma que ele não fez nada de concreto para ajudar no combate à pandemia.
Acusou o emedebista de ser líder “de si mesmo", de não abrir nenhum leito de UTI.
“Enquanto Emanuel desperdiçava seu tempo na live atacando o Estado, por quase uma hora, nós estávamos há mais de três horas com os Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho e o Secretário de Saúde de Cuiabá, reunidos para discutir como melhorar, ampliar leitos e salvar vidas na nossa Capital. E, principalmente, definindo estratégias para auxiliar o município a conseguir respiradores e monitores”.
O secretário chefe da Casa Civil acusa Emanuel de agir politicamente visando a reeleição, embora o prefeito sempre repita que nem sabe se irá disputar. Mauro Carvalho enfatizou que nenhum secretário deixou o governo do Estado para poder disputar as eleições, ao contrário dos secretários “da gestão humanizada” de Cuiabá.
“Emanuel Pinheiro, quem quer ser líder precisa dar o exemplo. E que exemplo o senhor deu? Seria um bom exemplo de gestão, em plena pandemia, excluir 50 leitos de UTIs para Covid-19? Outro exemplo de gestão seria a contratação de drones por R$ 850 mil para serem utilizados em condomínios particulares? Ou melhor, a contratação de uma TV por R$ 539 mil para transmitir aulas? Ou a compra de testes rápidos para Coronavírus de uma empresa cadastrada como ‘Sex Shop’?”, questiona.
No artigo, Mauro Carvalho ainda afirma que na mesa de discussão o governo nunca retirou a cadeira da Prefeitura de Cuiabá. “Por isso, senhor Emanuel Pinheiro, sua cadeira continua vazia na nossa mesa de diálogo, porque o senhor prefere derramar inverdades contra o Governo em lives do que sentar à mesa e dialogar de forma franca. Tenha humildade! E você está convidado para o campo do debate em prol da população, da construção de uma política de saúde, aonde a regra deste debate é a transparência e a ética. Faça como os demais Prefeitos, que agora formam uma unidade pela saúde do Estado”, concluiu o secretário.
O artigo foi publicado nesta sexta-feira, mesmo dia que o governador do estado, Mauro Mendes, fez contato com o filho de Emanuel Pinheiro, o deputado federal Emanuelzinho, para convidar o prefeito para uma reunião na segunda-feira.