RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
Nos seus últimos dias como senadora do PSL, a juíza aposentada Selma Arruda concedeu entrevista ao Jornal o Estado de São Paulo e expôs os motivos que levaram a deixar o partido e se filiar ao Podemos, na próxima quarta-feira (18). Na conversa, Selma destaca que “não é Bolsonaro até debaixo d’água.
Segundo ela, a falta de solidariedade do partido em relação ao processo de cassação de seu mandato e pressões de membros para retirar assinatura do pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Lava Toga foram os fatos que a deixaram incomodada.
“O PSL é um partido que me incomoda, não apenas pela falta de solidariedade em relação a todo esse processo que eu estou enfrentando (de cassação de mandato), mas também em relação a essas pressões de membros do partido para tirar a assinatura do pedido de CPI da Lava Toga, Não tenho mais jeito de permanecer nesse ambiente”, diz trecho da entrevista concedida ao Estado de São Paulo.
Ela ainda fez críticas à sigla dizendo que o PSL não tem uma consistência ideológica própria e que as convicções são “meros repetecos” de algumas frases prontas. Selma destacou, ainda, que a legenda não tem liderança e não há envolvimento com o presidente da República, Jair Bolsonaro.
“Uma vez eu e Soraya (Thronicke, a outra senadora do PSL) fomos ao presidente. ‘Presidente, o senhor, por favor, conte conosco para apoiar o Governo. Somos senadoras do PSL e queremos que o senhor nos diga qual é a sua orientação’. Ele respondeu: ‘Cada uma de vocês vote de acordo com a sua orientação, a sua consciência’. Sabe um trem perdido? É desse jeito”, falou ao jornal.
A senadora ainda explicou o porquê escolheu o Podemos como sua nova ‘casa’ partidária. Ela diz que a sigla a deixa livre para seguir convicções, por exemplo, ela comentou que nunca foi contra ao casamento homossexual e destacou “não sou Bolsonaro até debaixo d’água”.