RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
andemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) mudou a data da eleição municipal que, anteriormente ocorria em outubro, para novembro deste ano mesmo diante do momento de incertezas por causa do crescimento da curva epidemiológica da doença.
Além de adiar o pleito, a Emenda Constitucional nº 107/2020 estabeleceu novas datas para as convenções partidárias, registro de candidatos e, principalmente, das campanhas período utilizado pelos candidatos para ir às ruas para angariar votos e fortalecer sua base, no entanto, no período de pandemia os postulantes aos cargos de vereador e prefeito terão que adotar uma linguagem diferente e adaptar-se aos trabalhos de forma virtual.
É o que dizem os analistas políticos João Edisom e Onofre Ribeiro. Eles destacam que os candidatos terão que ser mais 'didáticos' nas redes sociais e demonstrar conhecimento da máquina pública e poder de convencimento.
Em agosto e setembro estão previstos as convenções partidárias e início da propaganda eleitoral na TV e rádio e internet. No entanto, as convenções deverão ser virtuais e as propagandas enquadradas apenas nas mídias e internet. Nesse período, um estudo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aponta que o pico da pandemia do novo coronavírus na Baixada Cuiabana será na primeira quinzena de setembro. Leia mais
Onofre destaca que a eleição deste ano foge dos padrões da política brasileira, marketing agressivo e corpo a corpo, além disso, ele observa que as pessoas estão mais temerosas devido à pandemia. Para ele, os candidatos terão que reinventar sua postura, no entanto, por ser atípica, não sabe que tipo de linguagem deve ser adotada.
"A TV perdeu o prestígio imensamente, mas, ela atinge as camadas mais populares como C, D e E. O rádio sozinho não dá conta, as mídias sociais têm uma linguagem que não é padrão, ela se dá em camadas na sociedade. Então, não há linguagem mais pra isso, nós perdemos a linguagem da campanha eleitoral", disse Onofre Ribeiro.
"Aquelas ferramentas que sempre dominavam as campanhas não vai acontecer nessa. Como é que vai ser a campanha eleitoral? A TV perdeu o prestígio imensamente, mas, ela atinge as camadas mais populares como C, D e E. O rádio sozinho não dá conta, as mídias sociais têm uma linguagem que não é padrão, ela se dá em camadas na sociedade. Então, não há linguagem mais pra isso, nós perdemos a linguagem da campanha eleitoral", disse.
Ele ressaltou que defende o adiamento da eleição para o próximo ano devido às incertezas da pandemia, o analista acredita que grande parcela da população não irá às urnas em novembro, caso o crescimento de casos ainda estejam grandes.
"Essa campanha vai ser muito esquecida", destacou.
João Edisom comentou que o candidato conquistava voto pelo carisma, no corpo a corpo, mas nesse ano no meio eletrônico precisarão ter uma linguagem 'professoral'.
"Nós vivenciamos a eleição de 2018, que foi uma eleição completamente desequilibrada, teve xingamento e foi permeada pelo ódio e isso é um elemento desgastado ainda deve eleger vereadores no caso, mas prefeito não, eles terão que demonstrar conhecimento", disse.
"Conversa de boteco é isso que o candidato fazia 'eu vou fazer isso daqui' e não falava de outras coisas, a conversa online você não sabe quem estará de ouvindo, então ela terá que ser muito mais assertiva", aponta João Edisom.
"Existe um fator muito básico chamado pós-pandemia as pessoas querem viver e a sobrevivência é ligada diretamente ao emprego. A infraestrutura que é uma questão básica para construção de estradas, pontes, asfaltar, fazer esgoto um monte de coisa somando a necessidade e o bem estar individual que se dá através do trabalho serão as pautas que permearam as discussões", destacou.
O analista disse que o candidato precisará ter conhecimento voltado às relações do munícipio como: qual é a arrecadação do município que concorre a uma vaga; qual que é a parte que a cidade tem no Fundo de Participação; qual é a despesas fixa; quais são as dívidas e quanto sobra para investimento.
"Existe uma diferença entre conversa de boteco e conversa online. Conversa de boteco é isso que o candidato fazia 'eu vou fazer isso daqui' e não falava de outras coisas, a conversa online você não sabe quem estará de ouvindo, então ela terá que ser muito mais assertiva, se não você vai cair no ridículo", destacou.