RAUL BRADOCK
RAFAEL MACHADO
O ex-governador Silval Barbosa presta depoimento na Câmara de Vereadores de Cuiabá, nesta segunda-feira (2), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncia de suposto recebimento de propina por parte do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), à época deputado estadual. Nos primeiros minutos de sessão, ele afirmou que a delação homologada pelo ex-deputado José Geraldo Riva deve colaborar com a investigação do dinheiro recebido por Emanuel.
"Ouvi pela imprensa, que o ex-deputado Riva firmou um termo de colaboração que, certamente, como eu sempre disse para as autoridades, participei de praticamente todos os acordos e os acordos que eram cumpridos quando eu ainda era deputado, tinha todos os detalhes, mas quem tinha os detalhes maiores era o Riva. Então ele também poderá dar uma contribuição a esse parlamento", conta Silval.
Os vereadores apuram duas denúncias, a de quebra de decoro (quando o prefeito aparece em vídeo enchendo bolsos de dinheiro) e obstrução de Justiça (que teria sido praticada já quando prefeito, no curso da investigação do primeiro crime).
Sobre o dinheiro em que o prefeito aparece colocando nos bolsos, Silval Barbosa afirmou que se tratava de propina e não de pagamento de pesquisa eleitoral, como Emanuel havia justificado anteriormente.
"Não tem nada a ver essa informação de que era dinheiro de pesquisa. O dinheiro era um acordo com a Assembleia Legislativa, fruto de extorsão mesmo", enfatizou.
Na última sexta-feira (28), a defesa do ex-governador conseguiu, na Justiça, uma decisão determinando que o depoimento de Silval ocorresse de ‘portas fechadas’, sem a cobertura da imprensa, com o argumento de exposição desnecessária.
No domingo (1º), o desembargador Paulo da Cunha concedeu recuso impetrado pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB).
A decisão do TJ derruba a decisão de primeiro grau da sexta-feira e também concede habeas corpus “para conferir ao convocado Silval da Cunha Barbosa todas as prerrogativas processuais inerentes à condição de investigado, ficando ao seu exclusivo critério o usufruto destas, naquilo que não importar em violação das cláusulas do termo de colaboração premiada celebrada com o Ministério Público”.
Com a decisão, a imprensa foi autorizada a acompanhar o depoimento, que está em andamento.
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