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03 de Fevereiro de 2020, 11h:06 - A | A

Repórter MT / CORRUPÇÃO NA ASSEMBLEIA

Turin: Membros do MPE na delação do Riva pode ser fofoca

Presidente da Associação Mato-grossense do Ministério Público afirma que a delação precisa ser homologada pelo Judiciário para saber se integrantes do órgão realmente foram citados.

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



O presidente da Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP), promotor Roberto Aparecido Turin, disse que as informações de suposto envolvimento de membros do Ministério Público Estadual (MPE) em crimes de corrupção, supostamente contidas na delação de José Riva, por hora, podem ser meras fofocas.

Conforme noticiado anteriormente, a colaboração de Riva, que é ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) foi acordada com MPE e aguarda homologação do Judiciário. A informação é do Jornal A Gazeta.

Leia mais: Riva fecha delação com MPE e ‘entrega’ 38 políticos; ex-deputado vai devolver R$ 50 milhões

“Essas informações que estão saindo antes da homologação precisam ser comprovadas, senão podem ser objeto de falatório, fofoca. Já ouvi declarações do próprio Riva de que não confirmou. Precisa citar de onde saiu essa informação, por enquanto são apenas falatórios sem nenhuma comprovação de veracidade”, disse.

Mas, segundo o promotor, caso a delação seja homologada e a aponte a participação de membros do órgão em esquemas, será feita uma investigação.

“Hipoteticamente falando, caso haja dentro do MP citados na delação, eles serão investigados como qualquer outra pessoa citada na delação”, disse Turin, ao RepórterMT, na manhã desta segunda-feira (03).

O promotor afirmou tem participado do processo de colaboração, no que se refere ao Núcleo de Patrimônio Público e Probidade Administrativa, do qual faz parte. Porém, nega comentar os possíveis valores pedidos. Informações apontam que o ex-deputado teria proposto devolver R$ 50 milhões.

“Não podemos falar quanto ao valor porque também depende de homologação”, explica Turin.

 

“Posso dizer o seguinte, independente da delação do Riva, é que todas as delações ou colaborações que participei, não houve nenhuma citação de membros do MP. A do Riva temos que aguardar a homologação dela para ver o conteúdo”, afirma o promotor.

Décadas de corrupção

No mês de outubro de 2019, um documento de 105 páginas detalhando os esquemas em parte, que foi direcionado ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), vazou na imprensa com o título ‘Proposta de Colaboração Premiada’.

O ex-deputado, à época, chegou a negar a validade do documento afirmando que não tinha assinado.

A proposta de colaboração premiada traz resumidamente, em 105 páginas, crimes de corrupção cometidos por 38 deputados ao longo dos anos de 1995 a 2015.

Um dos pontos que mais chama atenção no documento é o fato de um dos esquemas de corrupção ter se iniciado ainda no Governo Dante de Oliveira, passando pelas gestões dos ex-governadores Blairo Maggi e Silval Barbosa, onde deputados e ex-parlamentares teriam recebido o montante de R$ 175,7 milhões.

Conforme noticiou o RepórterMTsuposta delação aponta que 38 deputados receberam propina em 20 anos; veja nomes.

 O dinheiro, pago mensalmente, seria uma ‘garantia da governabilidade’ do Estado junto à Assembleia Legislativa.

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